Christijan Albers, ex-piloto de Fórmula 1 e atual comentarista, analisou o desempenho de Max Verstappen no GP da Espanha com um olhar crítico, mas também ponderado. Falando no podcast do ‘De Telegraaf’, Albers afirmou que a agressividade do piloto da Red Bull Racing pode ser uma arma poderosa, mas também um risco.
“O lado positivo é que, quando ele fica agressivo, consegue pilotar incrivelmente rápido. O problema é que, junto com isso, vêm atitudes como as que vimos neste último fim de semana”, disse Albers, em referência ao incidente entre Verstappen e George Russell em Barcelona, quando o holandês jogou seu carro para cima do Mercedes de Russell.
Segundo ele, esse comportamento faz parte da essência de Verstappen, moldada desde cedo: “Essa combinação existe, é difícil separar. Está nele desde jovem, e isso não vai desaparecer.” Ainda assim, Albers vê justamente nessa intensidade o diferencial do tetracampeão. “Vi poucos pilotos que são tão rápidos e, ao mesmo tempo, conseguem manter o controle. Normalmente, essas duas coisas não andam juntas.”
Apesar do ocorrido na Espanha, Albers reconhece uma evolução no comportamento de Verstappen ao longo das temporadas. Ele lembra que os primeiros anos do holandês na F1 foram repletos de incidentes, algo que se tornou raro na fase atual de sua carreira.
“Você percebe que, com o tempo, ele ficou mais calmo. Mas o que ele fez em Barcelona não foi inteligente”, afirmou. Para Albers, a frustração com o desempenho do RB21 naquele fim de semana foi o estopim. “Normalmente, isso o deixa mais afiado, mas dessa vez ele passou do ponto”, acrescentou.
O ex-piloto concluiu apontando a tênue linha entre o autocontrole e a agressividade: “É difícil separar a frieza necessária para se manter no controle da agressividade e do espírito de luta que ele carrega. São coisas muito próximas uma da outra”, encerrou Albers.