O processo movido por Felipe Massa em busca de reconhecimento pelo título na Fórmula 1 de 2008, começou com críticas severas por parte dos advogados de Bernie Ecclestone, da FIA e da Formula One Management (FOM). Durante as audiências iniciais no Royal Courts of Justice, em Londres esta semana, os representantes das entidades argumentaram que a ação do brasileiro é ‘infundada e destinada ao fracasso’.
David Quest KC, advogado que representa Ecclestone, classificou a iniciativa de Massa como uma ‘tentativa equivocada de reabrir os resultados do campeonato de 2008’. Ele também afirmou que o processo ‘trata o tribunal como um clube de debates esportivos’, ao tentar revisar um evento ocorrido há quase dezessete anos, em referência ao polêmico GP de Singapura daquele ano.
“Essas declarações tratam o tribunal como um ‘clube de debates esportivo’, pedindo que ele se envolva em um exercício contrafactual sobre a arbitragem de uma corrida que ocorreu há quase dezessete anos”, disse Quest em sua defesa.
Massa busca US$ 82 milhões em indenização e uma declaração pública de que ele seria o verdadeiro campeão na Fórmula 1 de 2008, e não Lewis Hamilton, que conquistou o título por apenas um ponto de vantagem sobre o brasileiro. No entanto, todas as partes envolvidas concordam que o tribunal não tem poder para alterar o resultado oficial do campeonato.
Quest também argumentou que Hamilton seria prejudicado por uma eventual decisão favorável a Massa, já que o britânico ‘foi igualmente afetado’ pelo acidente deliberado de Nelson Piquet Jr. e ‘não cometeu os mesmos erros de pilotagem do brasileiro’, lembrando o episódio em que Massa deixou os boxes com a mangueira de combustível ainda presa ao seu carro da Ferrari.
O advogado ainda acusou o ex-piloto da Ferrari de estar ‘buscando essas declarações por motivos de publicidade’.
A defesa de Ecclestone sustenta que, embora o ex-chefe da F1 e o então presidente da FIA, Max Mosley, tenham tomado conhecimento do escândalo do ‘Crashgate’ ainda em 2008, não havia provas concretas na época para agir, já que Piquet Jr. ainda tinha contrato com a Renault (atual Alpine).
Já a representante da FOM, Annelise Day KC, foi direta ao afirmar que o caso não tem chance de sucesso e que sua continuidade ‘apenas prolongaria a decepção’ de Massa.
“Essa ação não trará o prêmio que o Sr. Massa deseja, e os únicos vencedores em mais doze ou dezoito meses de litígio serão os advogados”, escreveu Day.
Pela FIA, o advogado John Mehrzad KC reforçou o tom crítico, afirmando que a alegação do brasileiro é ‘tão tortuosa quanto excessivamente ambiciosa e que ignora uma série de erros próprios e da Ferrari durante a temporada de 2008’, que também contribuíram para sua segunda colocação no campeonato.
As audiências preliminares seguem em Londres até quarta-feira (31), quando o tribunal decidirá se o caso avançará para um julgamento completo.
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