O processo movido por Felipe Massa para contestar o resultado do campeonato da Fórmula 1 de 2008, começou esta semana, em Londres. O brasileiro busca uma compensação financeira estimada em US$ 82 milhões, alegando ter sido prejudicado pelo escândalo conhecido como ‘Crashgate’, ocorrido no GP de Singapura daquele ano.
Naquele GP, Massa liderava quando Nelson Piquet Jr., então na Renault (atual Alpine) bateu deliberadamente, provocando a entrada do safety car e mudando completamente o rumo da prova, em favor de seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, que venceu a corrida. Além disso, durante a parada nos boxes, a Ferrari liberou o carro de Massa com a mangueira de combustível ainda acoplada, o que causou confusão e destruiu suas chances de pontuar.
O episódio foi decisivo na disputa pelo título, já que Lewis Hamilton conquistou pontos importantes e, no fim da temporada, foi campeão com apenas um ponto de vantagem sobre Massa, mesmo após o brasileiro vencer a corrida final em Interlagos.
A ação apresentada por Massa se apoia em dois pilares principais. O primeiro é o reconhecimento, agora público, de que Piquet Jr. recebeu ordens da equipe Renault para provocar o acidente, favorecendo Alonso. O segundo ponto se refere a uma entrevista concedida por Bernie Ecclestone ao site alemão F1-Insider, na qual o ex-proprietário da Fórmula 1 afirmou que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, já sabiam da manipulação antes de o caso vir à tona.


Segundo Ecclestone, a decisão de não investigar o episódio na época, foi tomada para proteger a imagem da Fórmula 1, algo que Massa considera ter sido determinante para a perda injusta do campeonato. Ecclestone, que completou 95 anos esta semana, será convocado para depor no caso, embora tenha afirmado recentemente que suas declarações foram ‘mal traduzidas’.
Massa pede uma indenização de US$ 82 milhões, valor que inclui perdas financeiras e danos morais. O juiz Sir Robert Jay iniciou as audiências ouvindo ambas as partes. Caso o tribunal entenda que o processo não tem base suficiente para seguir adiante, o desafio judicial do brasileiro poderá ser encerrado ainda nesta fase preliminar.
