Com as mudanças radicais no regulamento técnico da Fórmula 1 previstas para 2026, as equipes vivem um momento de incerteza sobre quando devem redirecionar totalmente seus esforços para o desenvolvimento dos novos carros. Três chefes de equipe, James Vowles (Williams), Frederic Vasseur (Ferrari) e Ayao Komatsu (Haas), compartilharam suas visões sobre esse desafio estratégico.
Vowles foi direto ao afirmar que a Williams já tomou sua decisão. A equipe iniciou o trabalho no carro de 2026 no início de janeiro, assim que o regulamento permitiu: “No nosso caso, tiramos o carro de 2025 do túnel de vento em 02 de janeiro de propósito”, afirmou o dirigente. “Para nós, 2026 representa uma folha em branco. Não há reaproveitamento. É uma chance real de recomeçar e construir algo sólido”, afirmou.
Já Vasseur destacou que o momento certo para fazer a transição ainda está em debate dentro das equipes: “Todos têm essa discussão na mesa agora. Cada dia que passamos no túnel de vento com o projeto do próximo ano, conseguimos talvez dez vezes mais progresso do que com o carro atual.”
O francês explicou que a Ferrari tem observado ganhos significativos no desenvolvimento do novo carro, mas ponderou que a decisão não é simples, pois envolve comprometer a performance da temporada atual: “Sabíamos desde o início da atual temporada que essa decisão viria, e ela depende da nossa situação no campeonato”, concluiu Vasseur.

Para a Haas, o cenário é ainda mais desafiador. Segundo Ayao Komatsu, a instabilidade das regras técnicas tem forçado a equipe a refazer parte do trabalho: “Ainda há áreas do regulamento que estão sendo ajustadas. Você começa a trabalhar em algo e, quando a regra muda, precisa começar de novo. É difícil, especialmente para uma equipe pequena como a nossa, mas faz parte do jogo”, finalizou Komatsu.
A proximidade das mudanças de 2026 está obrigando todas as equipes a avaliar com cautela seus investimentos e prazos. Cada decisão tomada agora pode impactar profundamente o desempenho no próximo ciclo técnico da Fórmula 1.