Por André Spigariol
Nico Rosberg conquistou neste domingo (26) a sua segunda vitória na Fórmula 1, no GP de Mônaco. Depois de dominar todos os treinos livres e de conquistar a pole position no principado, o alemão da Mercedes ratificou a sua superioridade na corrida, controlando o ritmo durante todo o tempo, economizando pneus e fazendo a estratégia funcionar.
Completando a dobradinha da Alemanha, Sebastian Vettel foi o segundo colocado da acidentada corrida monegasca, que teve direito a bandeira vermelha e duas intervenções do safety car. Mark Webber completou o pódio, enquanto Lewis Hamilton ficou de fora da premiação depois de perder duas posições em sua parada nos boxes.
No campeonato, Vettel segurou a liderança, ampliando a vantagem sobre Kimi Raikkonen, o décimo colocado na corrida de hoje. Agora, o alemão tem 107 pontos contra 86 do piloto da Lotus. Fernando Alonso é o terceiro, com 78 tentos, depois de concluir o GP de Mônaco em sétimo.
Alonso não teve o melhor de seus dias e foi ultrapassado por Adrian Sutil e Jenson Button, que completaram a corrida na quinta e sexta posições, respectivamente. Sutil fez bela corrida, cheia de ultrapassagens e foi o destaque da prova.
O top-10 contou ainda com Jean-Éric Vergne em oitavo e Paul di Resta em nono. Felipe Massa abandonou a corrida em um acidente muito parecido com o que teve no terceiro treino livre. Enquanto esteve na pista, o brasileiro teve desempenho discreto.
A próxima etapa da F1 acontece dentro de duas semanas, no circuito de Montreal, palco do GP do Canadá.
Confira como foi a corrida em Mônaco:
Na largada, as posições se mantiveram, apesar das tentativas de Hamilton e Vettel de tomar a liderança de Rosberg. Lewis e Seb brigavam duramente durante os primeiros movimentos, enquanto Nico aproveitava pra ganhar terreno. Lá atrás, a primeira confusão no hairpin: Van der Garde acertou Maldonado que acertou Charles Pic. Os dois perderam a asa dianteira e tiveram de voltar aos boxes.
Espertamente, as duas Mercedes lideravam a prova com ritmo lento, poupando seus pneus. Para se ter uma ideia, Van der Garde, com pista limpa, estava 1s2 mais veloz que o líder da prova.
Na 11ª volta Charles Pic dava adeus ao GP, com seu motor estourado na entrada dos boxes. O incidente causou bandeira amarela, mas não foi suficiente para chamar o safety car para a pista. Enquanto isso, Button tentava abrir caminho no pelotão, conseguindo a sétima posição de Sergio Pérez.
Com 15 passagens, o grupo dos dez primeiros colocados estava assim: Rosberg, Hamilton, Vettel, Webber, Raikkonen, Alonso, Button, Pérez, Sutil e Vergne. Felipe Massa estava encaixotado na 16ª posição e não conseguia fazer progresso, limitado pelo ritmo lento de Esteban Gutiérrez. Na verdade, todo mundo estava lento para economizar pneus.
Foi apenas na 23ª volta que o primeiro pit-stop regular – tirando os decorrentes de toques – ocorreu, com Daniel Ricciardo. Depois, Max Chilton também entrou, enquanto os tempos dos líderes iam caindo. À altura da 26ª volta, também já tinham parado Webber, Raikkonen e Button, dos primeiros colocados. Os três voltaram em 8º, 9º e 10º, respectivamente.
E quando todo mundo estava conseguindo acelerar mais do que antes, Felipe Massa chamou o safety car para a pista, com uma batida bastante semelhante àquela que teve no terceiro treino livre. Perdeu o contato com o solo no bump anterior à St. Devote, travou as rodas dianteiras, bateu no guard-rail e foi jogado contra o muro externo da entrada da curva. O brasileiro foi para o hospital para exames mais detalhados, depois de ser atendido no circuito.
Assim, com o carro de segurança na pista, na 33ª volta, Rosberg liderava, à frente de Vettel e Webber. Hamilton era o quarto, tendo perdido o segundo posto que ocupava antes de parar, ficando à frente de Raikkonen e Alonso. O top-10 contava ainda com Button, Pérez, Sutil e Vergne.
A relargada veio na 39ª volta e a instrução para Rosberg era clara: administre o ritmo da corrida. Mas Hamilton não estava com esta ordem e partiu para cima de Webber na curva La Rascasse, tentando criar espaço onde não havia. Quem também estava a fim de passar Raikkonen.
Atrás de Alonso, Pérez não estava a fim de tirar o sétimo lugar de Button, já havia tirado, colocando por fora na chicane da saída do túnel, em uma bela manobra. A partir daí a prova ficou emocionante e brigada. E o mexicano tentou ultrapassar Alonso no mesmo ponto, mas o espanhol se defendeu cortando a chicane, para evitar uma batida.
Tanta briga na pista que tinha que ter um acidente, e foi lá na parte de trás: Maldonado tentou passar Max Chilton por fora na curva Tabac. O inglês da Marussia deu um “chega pra lá” no venezuelano e acertou a parte da frente da Williams, que seguiu desgovernada e atingiu a proteção de espuma da barreira externa. Com o choque forte, o carro de Pastor arrancou a proteção e jogou-a por toda a pista. Assim, a bandeira vermelha foi decretada.
O reinício da corrida aconteceu às 10h35 de Brasília, com largada atrás do Safety Car. Os pilotos trocaram pneus e colocaram os macios usados no Q3 do treino de classificação. Antes mesmo da bandeira verde, Pérez passou Alonso, autorizado pela direção de prova, que considerou ilegal a defesa do espanhol antes da interrupção da prova.
Com o pelotão muito compactado, brigas aconteciam em todas as posições, e também ultrapassagens. Sem espaço, Sutil criou um e abriu caminho sobre Button de surpresa, por fora no hairpin, ganhando a oitava posição na 52ª passagem.
Um giro mais tarde, Pérez tentou superar Raikkonen na chicane após o túnel, mas perdeu o ponto de freada e quase bateu no finlandês, que fugiu do acidente cortando a curva. Pelo rádio, Kimi reclamou com a equipe: “este idiota quase acabou com a minha corrida”.
E Sutil continuava abrindo caminho: no 57º giro deixou Alonso para trás no hairpin. À altura da 60ª volta, os dez primeiros eram: Rosberg, Vettel, Webber, Hamilton, Raikkonen, Pérez, Sutil, Alonso, Button e Vergne.
Mas novamente o Safety Car foi para a pista na 63ª passagem, quando Romain Grosjean teve a sua quarta batida do fim de semana, atropelando – literalmente – Daniel Ricciardo na saída do túnel. O australiano abandonou direto. Grosjean ainda tentou trocar o bico e continuar, mas sua suspensão estava danificada e ele abandonou.
A relargada veio na 66ª volta, com brigas por toda a parte. Pérez era o mais abusado e queria porque queria passar Raikkonen. Na 70ª passagem, enfiou o carro onde não havia espaço na chicane Nouvelle, sendo espremido no muro, sofrendo uma quebra na asa dianteira e danos na suspensão. O finlandês teve um furo no pneu traseiro esquerdo e teve que ir para os boxes.
Pérez ainda seguiu na corrida, mas acabou abandonando na 74ª volta: quando foi ultrapassado por Sutil na La Rascasse, tentou puxar para a entrada dos boxes, mas foi bloqueado por Button e desistiu. O inglês da McLaren, antes, também superou Fernando Alonso.
Alheio às brigas, Nico Rosberg completou as 78 voltas com autoridade e comemorou muito a sua segunda vitória da carreira na Fórmula 1. No finalzinho, Kimi Raikkonen arrancou um ponto e segue na briga pelo recorde de maior pontuador consecutivo – 23ª corrida. No Canadá, próxima etapa do mundial, ele poderá igualar Michael Schumacher, que tem 24 corridas seguidas na zona de pontuação.
Confira o resultado do GP de Mônaco:
1) Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP), 1 pit-stop
2) Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1
3) Mark Webber (AUS/Red Bull), 1
4) Lewis Hamilton (ING/Mercedes GP), 1
5) Adrian Sutil (ALE/Force India), 1
6) Jenson Button (ING/McLaren), 1
7) Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1
8) Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso), 1
9) Paul di Resta (ESC/Force India), 1
10) Kimi Raikkonen (FIN/Lotus), 2
11) Nico Hulkenberg (ALE/Sauber), 1
12) Valtteri Bottas (FIN/Williams), 1
13) Esteban Gutierrez (MEX/Sauber), 2
14) Giedo van der Garde (HOL/Caterham), 3
15) Max Chilton (ING/Marussia), 3
OUT) Sergio Perez (MEX/McLaren), 1
OUT) Romain Grosjean (FRA/Lotus), 3
OUT) Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso), 1
OUT) Jules Bianchi (FRA/Marussia), 3
OUT) Pastor Maldonado (VEN/Williams), 2
OUT) Felipe Massa (BRA/Ferrari), 1
OUT) Charles Pic (FRA/Caterham), 0