António Felix da Costa não veio à brincadeira para a Stock Car. Na etapa em Interlagos, mesmo sendo chamado de última hora para correr em um circuito que não conhecia com um carro que nunca pilotou, mostrou seu talento e venceu a corrida 2 do domingo, promovendo a categoria da melhor maneira possível.
O português foi anunciado na segunda-feira que antecedeu a etapa. Sua missão era assumir o carro de Ricardo Maurício, que testou positivo para o novo coronavírus. Portanto, o atual campeão da Fórmula E estaria nada menos que no carro que foi campeão nas últimas quatro temporadas da categoria brasileira.
E apesar de isso ser uma grande ajuda, não é a garantia de que o piloto vai sentar e liderar. E isso foi visto nos primeiros treinos e até mesmo na classificação no sábado, pois sem conseguir avançar para o Q2, ficou na primeira fase na tomada de tempos e alinhou apenas em 18º no grid da corrida 1.
Mas logo António mostrou o motivo de ser um piloto respeitado. Não demorou para conseguir escalar o pelotão no Autódromo José Carlos Pace para cruzar a linha de chegada na nona colocação. Com isso, largou em segundo na corrida 2, mostrou ser combativo, bateu os pilotos com anos de categoria e alcançou a vitória – sua primeira na Stock Car.
Vale lembrar: Da Costa já havia corrido em outras cinco oportunidades na categoria brasileira. Duas na Corrida de Duplas e em outras três etapas, conseguindo quatro pódios e um abandono. Mas nenhuma das disputas esteve com o novo carro.
Isso mostra como Félix da Costa tem o espírito racer. Há três semanas, o português estava subindo ao pódio em Spa-Francorchamps ao terminar em segundo na primeira etapa do Mundial de Endurance. Há duas semanas, fez ultrapassagem na última curva em Mônaco para vencer pela primeira vez na FE na temporada.
O competidor já fez parte da Academia da Red Bull, mas acabou preterido e nunca teve uma chance real de chegar à F1. Mas isso mostrou que não foi um problema para António, que construiu sua carreira de forma bastante vitoriosa em tantos outros certames mundiais.
Mas a vinda do piloto da Techeetah não mostrou apenas seu talento, mas também mostrou a Stock Car para tantos outros. Em 2021, a categoria brasileira conta com grandes nomes em seu grid como Felipe Massa, Tony Kanaan, o argentino Matías Rossi, Rubens Barrichello e Nelson Piquet Jr, o que prova o quão competitivo e atrativo está o campeonato.
E apenas por ter aceitado um convite tão em cima da hora, uma semana após a etapa da FE, mostrou como o competidor estava interessado em vir competir no Brasil. E a decisão, que se mostrou bastante acertada, ainda ajudou a atrair a curiosidade tanto da mídia especializada mundial, com jornalistas como Will Buxton acompanhando a etapa, como de pilotos gringos
– basta uma rápida olhada em suas redes sociais para ver tantos pilotos gringos comentando como Nico Müller, Filipe Albuquerque, Kelvin van der Linde e Tom Blonqvist, por exemplo.
António veio e venceu, além de ter saído como o maior pontuador da etapa – mesmo que não tenha ficado com os pontos. A rápida adaptação e velocidade mostraram o talento do piloto que, por sua vez, tratou de fazer uma bela propaganda da Stock Car para todos os cantos do mundo.
