Sul-Americana tornou-se mais atraente aos brasileiros apenas na última década

Campeonatos continentais sempre atraíram a atenção de clubes e torcedores, mas a tradicional Taça Libertadores da América parecia sempre ofuscar, no Brasil, outras competições do continente, como a Taça Mercosul, Copa CONMEBOL, e tantas outras tentativas. Em 2002, uma delas veio para ficar: a Sul-Americana. 

Com formato mais organizado e classificação para disputar a Recopa Sul-Americana, no ano seguinte, contra o campeão da Copa Libertadores, a Sul-Americana logo ganhou a atenção dos nossos hermanos, que começaram a disputá-la com mais vigor. No Brasil, no entanto, ainda parecia uma consolação para as equipes que não conseguiam vaga para a Libertadores. 

Veja os brasileiros que já venceram a Sul-Americana:

A competição começou a mudar de panorama, quando o Internacional contrariou os palpites sul americana e a venceu, afinal os brasileiros não costumavam colocar força máxima e logo descartavam a competição, até para aliviar o calendário.

Veja os brasileiros campeões da competição:

Inter (2008): o Colorado havia faturado a Libertadores de 2006, tinha um bom time e era visto como um dos postulante ao título brasileiro em 2008. Comandados por D’alessandro, a equipe tinha ótimas exibições, principalmente em casa, e decidiu jogar energia na competição. Deu certo e os gaúchos bateram o Estudiantes na final e ganharam a alcunha de primeiro time brasileiro a vencer o torneio.

São Paulo (2012): o tricolor passava por um período de renovação, após o tricampeonato Brasileiro e já somava quatro temporadas sem títulos, até que decidiu levar a Sul-Americana a sério. Em uma competição que ficou marcada pela despedida do jovem Lucas e pela briga no vestiário, o Tricolor foi campeão no Morumbi, sem disputar o segundo tempo, pois o Tigre não quis jogar.  

– Chapecoense (2016): o título mais sentimental do futebol brasileiro. A Chape fazia uma campanha histórica, com jogo memoráveis na Arena Condá e conduzida pelo paredão Danilo. A temporada tinha tudo para premiar a boa gestão do clube, que estava em ascensão após acessos consecutivos no início da década. O acidente com o avião do clube, a caminho da final, fez com que a edição não tivesse sua última partida disputada. Em um ato nobre, o Nacional abriu mão da disputa e a Chape foi honrada, merecidamente, com o título daquele ano.  

– Athletico (2018 e 2021): o único clube brasileiro que detém dois títulos da competição. No primeiro, há oito anos, o Furacão venceu o Junior Barranquilla e coroou a sua boa gestão, consolidada com um título nos pênaltis. Três anos depois, com o novo formato e disputa da final em jogo único, no Centenário, em Montevidéu, o Athletico bateu o Red Bull Bragantino em final brasileira e mostrou sua força na competição. 

Com cinco títulos da competição, o Brasil fica em segundo lugar na classificação geral, atrás apenas dos argentinos, que possuem nove taças em sete diferentes clubes. O Equador vem em seguida, com quatro títulos, seguido de Colômbia, México, Chile e Peru, todos tiveram apenas um clube que conseguiu levantar a taça, nesses 22 anos de competição. 

A diferença se dá, principalmente, pela seriedade que os hermanos disputaram a competição, desde o princípio. No Brasil, ela demorou para se tornar relevante e ainda não é a que mais chama atenção, muitos ainda preferem ganhar a Copa do Brasil, por exemplo, mas ela começa a ganhar destaque a partir do momento em que começamos a ter clubes campeões. 

A premiação financeira também pode ser um bom incentivo, principalmente para clubes que não podem sonhar com títulos maiores, como o Brasileirão ou a própria Copa do Brasil, que paga muito bem. Veremos, até o final da década, se continuaremos levando a sério a ponto de passar os argentinos no ranking de clubes com mais títulos.



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