Sudam: Xandinho sonha com o vice-campeonato

Faltando ainda quatro etapas para o final da temporada 2003 da Fórmula 3 Sul-Americana, o piloto da Equipe Medley Genéricos/Piquet Sports Xandinho Negrão vai lutar até o fim para terminar com a terceira colocação no campeonato ou, quem sabe, conquistar o vice-campeonato. “Ser vice é mais difícil, mas não é impossível”, diz. Ainda restam 80 pontos em jogo, Xandinho ocupa a quarta posição (102 pontos) e vai ter de superar nessa briga o paulista Alan Hellmeister (Amir Nasr), que tem 116 pontos. Neste fim-de-semana (11 e 12/10), no Autódromo Internacional de Cascavel (PR), o estreante de 17 anos vai buscar novamente terminar no pódio, na 15.ª e 16.ª etapas da competição.

“O Dirani tem 242 pontos e praticamente já garantiu o título (precisa de 2 pontos). O (Lucas) Di Grassi, pelo que foi dito, não vai mais disputar a temporada e preciso de 62 pontos para superá-lo. Acho que tanto eu como o Alan temos chances de sermos vice-campeões, apesar da gente saber que é uma situação difícil”, conta Xandinho Negrão, que na última etapa (14.ª), em Londrina (PR), terminou no pódio, com a segunda posição. “Se conseguir repetir o bom desempenho nas duas etapas em Cascavel e em Brasília (17.ª e 18.ª etapas) tenho chances”, concluiu o piloto da Equipe Medley Genéricos.

Sobre a disputa com Alan Hellmeister, Xandinho tem certeza que será intensa, já que os dois se conhecem desde os tempos do kart. Em 2001, Hellmeister conquistou o título brasileiro de kart, na Graduados B, vencendo as quatro baterias em Betim (MG). Xandinho foi o vice-campeão, com dois segundos lugares e dois terceiros. “O Alan é um ótimo piloto, tem muitos títulos em seu currículo no kart. Hoje, a situação é diferente, estamos em outra categoria. Conheço ele há tempos e somos amigos fora da pista, mas dentro dela vamos brigar cada um pelo melhor resultado”, explica.

Mesmo com chances matemáticas de ficar com o vice-campeonato, Xandinho Negrão não quer desviar o foco do seu objetivo este ano na Fórmula 3: aprender o máximo para que no ano que vem possa brigar para ser o campeão da categoria mais rápida da América do Sul, que dá para o campeão o direito de adquirir a superlicença da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) — apenas com a superlicença um piloto pode participar do Mundial de Fórmula 1, o sonho da maioria dos jovens que ingressam no automobilismo.

“Ainda tenho uma longa estrada pela frente. Este é apenas o meu primeiro ano correndo no automobilismo e tudo o que eu aprender agora será importantíssimo para o meu futuro como piloto, seja na Fórmula 1 ou em qualquer outra categoria de ponta pelo mundo”, explicou Xandinho que este ano está tendo a oportunidade de trabalhar com engenheiros experientes, como é o caso de Felipe Vargas, que cuidou do carro de Nelsinho Piquet na F-3 Inglesa, e Alex Castilho, profissional vitorioso na F-3 Sul-Americana. “Trabalhar com esse pessoal é muito gostoso, porque, andando atrás ou na frente, tenho sempre algo pra aprender com eles.”