MotoGP: Bagnaia sai do Q1 e crava a pole em Sepang por 0,016s

Francesco Bagnaia virou a página dos tropeços na Indonésia e na Austrália com estilo: o italiano da Ducati Lenovo saiu do Q1 e conquistou a pole do GP da Malásia de MotoGP em Sepang neste sábado, batendo Álex Márquez (BK8 Gresini Racing MotoGP) por apenas 0s016. Franco Morbidelli (Pertamina Enduro VR46 Racing Team) fechou a primeira fila e garantiu a trinca da Ducati no topo do grid. Marco Bezzecchi (Aprilia Racing) não passou do Q1 e larga em 14º.

A sessão começou com um Q1 “de peso”, reunindo vencedores recentes e protagonistas do campeonato. Bagnaia dividiu a repescagem com Fermín Aldeguer (BK8 Gresini) e Raúl Fernández (Trackhouse), além de Luca Marini (Honda HRC Castrol) e do próprio Bezzecchi. No primeiro run, Marini chegou a anotar a melhor volta do fim de semana, mas Pecco reagiu na sequência. Aldeguer ainda saltou a P1, só que caiu na Curva 4 na última tentativa e acionou bandeiras amarelas, congelando o placar: avançaram Bagnaia e Aldeguer. Marini ficou em 13º, Bezzecchi em 14º e Raúl em 15º.

No Q2, Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP) abriu os trabalhos com 1min57s195 e colocou a Yamaha na frente. Pedro Acosta (Red Bull KTM Factory Racing) veio em P2, com Joan Mir (Honda HRC Castrol) compondo provisoriamente a primeira fila — três fabricantes diferentes no topo após o primeiro stint.

Bagnaia, em estratégia diferente, esperou o segundo momento da sessão para lançar sua melhor volta. Com um último setor fortíssimo, o #63 cravou 1min57s001, a melhor marca do sábado, pulando para a pole provisória e jogando pressão sobre os rivais. Faltando menos de três minutos, Acosta caiu na Curva 1, levantou a KTM e ainda tentou nova volta, enquanto Aldeguer reentrava no top-5.

Álex Márquez respondeu no limite e ficou a meros 0s016 de Bagnaia, assegurando a primeira fila pela primeira vez desde Misano. Morbidelli confirmou a velocidade que mostrara na sexta e garantiu P3, devolvendo à Ducati um “lockout” na primeira fila uma semana depois do fim da sequência de 98 GPs com presença na frente.

Quartararo ainda teve uma última tentativa “viva” após três parciais vermelhas, mas escapou na curva final e não melhorou, fechando em P4. Acosta, apesar da queda, manteve P5, enquanto Aldeguer salvou a segunda fila em P6 para a Gresini.

Melhor Honda do dia, Mir colocou a HRC em P7, menos de meio segundo da pole, e ficou logo à frente de Fabio Di Giannantonio (VR46), que completou P8. Johann Zarco (CASTROL Honda LCR) voltou ao top-9, um passo importante para a corrida de domingo. Álex Rins (Monster Energy Yamaha) repetiu o top-10 da classificação de 2024 em Sepang; Jack Miller (Prima Pramac Yamaha MotoGP) parte em 11º; e Pol Espargaró (Red Bull KTM Tech3), o “super-sub” da KTM, fecha a quarta fila em 12º.

Bezzecchi terá de escalar o pelotão a partir de 14º depois de um Q1 que não encaixou seus melhores parciais. A Aprilia terá de acertar mão no ritmo de corrida e na escolha de pneus para tentar limitar danos. “Sair fora do top-10 em Sepang complica a vida”, reconheceu o paddock, reforçando a importância da largada e da gestão de temperatura dos pneus no calor malaio.

A pole de Bagnaia vale ouro em Sepang, circuito de freadas fortes e curvas de apoio em que pista limpa faz diferença tanto para a Sprint quanto para o Grande Prêmio. A volta de 1min57s001 mostra um Pecco “revigorado” e com bom pico de aderência em volta lançada, enquanto a diferença mínima para Álex Márquez indica que a Gresini chega com munição real para brigar por pódio.

Olho também na Yamaha: Quartararo liderou o primeiro stint do Q2 e só perdeu terreno no detalhe, um sinal de que o pacote está mais estável nas trocas rápidas de direção. E mesmo tendo ido ao chão, Acosta manteve-se no top-5 — ritmo puro não falta ao #37 para a Sprint.

Com a meteorologia instável ao longo do dia, a leitura dos microsetores e o timing de parada podem voltar a decidir posições importantes na Sprint. Se a temperatura de pista subir, a gestão de desgaste no primeiro terço pode separar quem briga pelo pódio de quem protege pontos. Por enquanto, a mensagem de Sepang é clara: Bagnaia “voltou com tudo” e recolocou a Ducati no centro do tabuleiro.



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