Edoardo Mortara escreveu seu nome nas ruas de Marrakesh na Fórmula E. No ePrix realizado neste sábado (2), que marcou a décima rodada da temporada 2022, o competidor conseguiu segurar os adversários para cruzar a linha de chegada na primeira colocação.
António Félix da Costa foi o nome que largou da primeira posição do grid. Entretanto, logo foi ultrapassado por Edoardo Mortara, que ditou o ritmo da disputa desde os primeiros minutos, precisando constantemente se defender da dupla da Techeetah.
Na fase final, após o português trocar de posição com Jean-Éric Vergne, atual vice-líder do campeonato, o francês chegou a apertar o suíço para garantir a vitória. Mas sem muito sucesso, o titular da Venturi conseguiu mais uma vitória no ano e assumiu a liderança da classificação.
Da Costa e Mitch Evans, que garantiu ultrapassagem na última volta, completaram o pódio no Marrocos, o segundo do português no país. Jean-Éric Vergne e Lucas di Grassi completaram os cinco melhores colocados. Sergio Sette Câmara cruzou a linha de chegada na 20ª colocação.
Saiba como foi o ePrix de Marrakesh da Fórmula E:
Os pilotos estavam prontos para o início do ePrix de Marrakesh da Fórmula E, décima rodada da temporada 2022. O calor se fazia presente com o termômetro atingindo a marca de 32ºC e o asfalto batendo 51ºC.
Com as altas temperaturas, as baterias seriam um desafio ao longo dos 45 minutos de duração da disputa. Caso esquentasse demais, o componente entra em modo de segurança e fica impossível de cruzar a linha de chegada.
Quem largou da pole-position no Marrocos foi António Félix da Costa, último vencedor da categoria do país. O português dividiu a primeira fila com Edoardo Mortara, atual terceiro colocado do campeonato.
Stoffel Vandoorne, primeiro colocado da tabela de pontos, teve uma classificação bastante complicada. Último na fase de grupos, alinhou apenas na 20ª colocação do grid, enquanto Jean-Éric Vergne, segundo colocado na temporada, saiu em terceiro.
Saída autorizada em Marrakesh e o português da Techeetah conseguiu manter a primeira posição. Mas na terceira fila já houve mudanças de colocações com Jake Dennis passando Pascal Wehrlein e assumindo o quarto posto.
Quem vinha também pressionando o alemão da Porsche era Mitch Evans. Atualmente na briga pelo título, o neozelandês vinha tentando consumar a ultrapassagem por dentro e por fora, mas sempre com a porta fechada.
Entretanto, depois de muita insistência, o piloto da Jaguar conseguiu se adiantar e era o quinto colocado. No vácuo, Rowland também aproveitou para passar Wehrlein, que vinha caindo e perdendo terreno.
Dan Ticktum foi o primeiro piloto que apresentou problemas durante a prova. O competidor da NIO 333 vinha com o carro bastante lento, despencando na pista e a equipe dizendo no rádio que precisava ir aos boxes.
Vandoorne vinha tentando escalar o pelotão para se colocar na zona de pontos. A Mercedes vinha em desempenho bastante discreto e o belga estava na 17ª colocação após pouco mais de cinco minutos de prova.
Os primeiros nomes começaram a passar pela zona de ativação da zona de ataque. Os primeiros que passaram pela área foram a dupla da Techeetah, que estavam no top-3, e André Lotterer, 21º.
Dez minutos completados e a maior parte dos pilotos da frente já estavam com a potência extra. Os únicos que não tinham a energia eram justamente Da Costa, primeiro, e Vergne, que foi ultrapassado por Rowland e caiu para quarto.
E o francês da Techeetah acabou levando diversas ultrapassagens. O bicampeão da Fórmula E se viu superado por Dennis e Evans, despencando para sexto e, no giro seguinte, passou mais uma vez pelo modo ataque.
A briga pelas primeiras colocações estava bastante emocionante. O português da Techeetah perdeu posição para Rowland, mas conseguiu dar o troco em cima do adversário da Andretti para voltar para terceiro.
30 minutos restantes e a ordem na pista era Mortara em primeiro, seguido por Rowland, Da Costa, Evans e Vergne completando os cinco primeiros.
Entre os brasileiros, Lucas di Grassi era o melhor colocado aparecendo na oitava colocação a 5s1 do primeiro colocado – e seu companheiro. Sergio Sette Câmara caiu para a 18ª posição, três à frente de Antonio Giovinazzi.
Evans vinha em excelente desempenho ao longo da prova em Marrocos. Acumulando diversas ultrapassagens, já aparecia na terceira colocação após sair em sexto e começou a caçada em cima de Da Costa, estando com o modo ataque ativado.
Não demorou para que o Mitch desse o bote certeiro em cima do lusitano campeão e assumir a segunda colocação. Da Costa chegou a fechar o lado esquerdo e, portanto, foi ultrapassado por fora pelo lado direito.
Com 25 minutos restantes para a bandeira quadriculada, todos os pilotos já haviam usado os dois modos de ataque obrigatórios. É provável que a estratégia focava no superaquecimento possível da bateria.
A transmissão, então, indicou os cinco pilotos que foram votados para receber o FanBoost. Os vencedores foram Mortara, Da Costa, Vergne, Di Grassi e Vandoorne e, portanto, teriam potência extra por 5s.
Vergne vinha galgando as posições que perdeu nos minutos iniciais. O francês conseguiu passar Dennis e agora se colocou de novo na quinta colocação e a 0s983 do quarto colocado.
A dupla da Techeetah estava em grande ritmo durante a prova. Após colocar lado a lado com Evans, Da Costa conseguiu consumar a ultrapassagem para assumir mais uma vez a segunda colocação.
Na segunda metade do ePrix de Marrakesh, a ordem era Mortara, Da Costa, Evans, Vergne, Rowland, Dennis, Di grassi, Nyck de Vries, Askew e Sam Bird completando os dez primeiros colocados.
António seguia apertando o ritmo e conseguiu limar quase toda a desvantagem que tinha para Edoardo. O suíço, tentando manter a bateria, tirou um pouco o pé e, com isso, o português estava a apenas 0s4.
Depois de chegar a aparecer na sexta colocação, JEV conseguiu se recuperar e com uma ultrapassagem em cima de Evans, voltou para as posições de pódio ao se colocar na terceira colocação.
Mais para trás, Di Grassi também vinha escalando posições e ganhando terreno. O brasileiro conseguiu deixar Dennis para trás e era o sexto, além de estar com a melhor volta da corrida com 1min20s909.
Não demorou para que a Techeetah entrasse no rádio para dar ordens de equipe. Com Vergne na segunda colocação da classificação, o time pediu para que o português abrisse espaço para o companheiro passar – e logo na sequência António deixou o francês tomar a segunda colocação.
Coma prova chegando ao final, o nível das baterias começou a ficar crédito. Primeiro colocado, o desgaste de Mortara era maior com 23% restante, enquanto JEV conseguiu poupar um pouco mais e ainda tinha 25% e, portanto, podendo apertar mais.
No final de prova, Da Costa encostou na traseira de Vergne. Apesar do jogo de equipe e inversão de posições, o francês não conseguia extrair ao máximo do carro e, com isso, o lusitano passou o bicampeão mais uma vez.
Último minuto e Da Costa estava tentando de todo jeito se aproximar do líder da classificação. Apenas 0s677 separavam os dois pilotos, com ambos com o mesmo consumo de bateria e restante de % iguais.
Enquanto isso, Vergne sofria com a aproximação de Evans. O neozelandês aproximava, tentava, mas não conseguia consumar a ultrapassagem, mas então, em uma última tentativa, garantiu a terceira colocação.
Bandeira quadriculada e Mortara garantiu a vitória em Marrakesh. Da Costa e Evans completaram o pódio do dia.