Andrea Kimi Antonelli estreou este ano na Fórmula 1 e começou da melhor maneira possível, o italiano de apenas 18 anos já soma 63 pontos nas primeiras dez corridas e ocupa a sétima posição no campeonato de pilotos. Além disso, ele conquistou a pole na sprint de Miami e um pódio no GP Canadá.
Mas apesar do bom resultado, Toto Wolff deixou claro que o desenvolvimento completo de Antonelli ainda vai levar tempo. Em entrevista o chefe da Mercedes disse:
“Com o Kimi, você provavelmente precisa pensar em um programa de três anos e aceitar que esse é o tempo necessário para um jovem piloto conseguir competir com companheiros mais experientes, que também são muito rápidos.”
Antonelli faz parte do programa de jovens da Mercedes desde os 11 anos, e segundo Wolff, seu talento foi notado bem cedo: “Hoje você consegue reconhecer talento a partir dos 10 anos, quando as crianças começam a competir em campeonatos internacionais de kart. Temos um bom grupo de olheiros, e isso é importante, funciona como academias de futebol ou tênis.”
Uma dos pontos que mais chamaram a atenção da Mercedes foi a capacidade de Antonelli de vencer os pilotos mais experientes: “Se uma criança começa aos oito anos e já compete de igual para igual com outras mais velhas, isso já é um bom indicativo. Se ela vence o campeonato sendo um ano mais nova que os outros, é outro bom indicativo. E o Kimi foi vencendo em todas essas categorias. Isso é algo muito especial.”
Para Wolff, o maior desafio de Antonelli hoje é enfrentar o nível da Fórmula 1 atual e correr em pistas que ele ainda está conhecendo. Montreal, por exemplo, foi novidade para ele: “Você começa com uma desvantagem enorme, mas o carro era bom e ele conseguiu ser rápido.”
Ao contrário de equipes como Red Bull e Alpine, que costumam trocar seus jovens pilotos com frequência, Wolff diz que precisa dar tempo ao talento: “Quando você escolhe o talento certo, tem que estar consciente de quem está colocando no carro. E se esse jovem mostra potencial, também precisa dar tempo para ele se desenvolver. É isso que estamos fazendo com o Kimi.”
“Muita gente falou: ‘Como vocês colocam um garoto de 18 anos num carro da Mercedes?’. Não é como estrear em uma equipe menor, onde ninguém te observa. Aqui as pessoas esperam que você suba ao pódio ou vença corridas. Mas essa é a nossa filosofia. A gente só dá um assento se acredita que o piloto pode ser campeão no futuro,” finalizou.