O chefe da Mercedes, Toto Wolff, apoiou as recentes mudanças da FIA para coibir o uso de linguagem inadequada por pilotos da Fórmula 1, mas destacou uma possível brecha nas novas regras. A entidade máxima do automobilismo decidiu apertar o cerco contra palavrões, especialmente quando proferidos fora do rádio dos carros, após incidentes envolvendo pilotos como Max Verstappen, que foi punido no ano passado por falar um palavrão em uma coletiva de imprensa antes do GP de Singapura.
Wolff, que também foi chamado pelos comissários após falar palavrões em uma entrevista coletiva no GP de Las Vegas de 2023, ao lado de Fred Vasseur, da Ferrari, elogiou a iniciativa da FIA, mas alertou para a complexidade de sua aplicação. “Eu fui chamado pelos comissários com Fred em Las Vegas, e gostei da experiência. Nunca tinha sido chamado antes, então foi interessante”, brincou Wolff, falando com a imprensa.
No entanto, o chefe da Mercedes destacou que a interpretação das novas regras será importante para evitar excessos. “Se toda vez que um piloto expressar suas emoções no carro receber uma punição, acho que isso seria exagero”, afirmou. Ele também chamou atenção para o fato de que pilotos não nativos da língua inglesa podem não entender completamente o impacto de certas palavras.
“Para quem não é nativo em inglês, as nuances de algumas palavras podem não ser claras, e isso acabou se tornando um padrão durante as corridas”, afirmou Wolff. Ele sugeriu que a FIA poderia usar advertências como um sinal de alerta, em vez de punições imediatas, para equilibrar a aplicação das regras.
As novas normas da FIA preveem penalidades mais severas, incluindo dedução de pontos e até suspensões de corridas, para pilotos que usarem linguagem ofensiva. A medida visa preservar a imagem do esporte, mas Wolff acredita que a forma como as regras serão interpretadas e aplicadas será o grande desafio. “A interpretação vai ser o segredo”, finalizou o chefe da Mercedes.