O dia foi movimentado no chamado “media day”, um dia antes do usual, na quarta-feira véspera do GP da Arábia Saudita de F1, que será excepcionalmente disputado no sábado para não conflitar com a importante data do Ramadã.
Mas não foi só o media day que está adiantado em um dia. Na verdade, o paddock aqui em Jeddah parecia estar já numa máquina do tempo, não adiantado 24 horas, e sim um ano inteiro: o assunto não foi outro senão o do agitado mercado de pilotos de 2025 e suas controvérsias fora das pistas.
Como jornalista, cubro a F-1 há mais de 27 anos e há pelo menos 24 deles faço pelo menos 2 GPs por ano, sendo um no exterior. Nos últimos anos, intensifiquei a cobertura, mantendo a média de oito por temporada, e posso dizer com tranquilidade que poucas vezes vi o “media day” tão intenso e tão focado em algo fora das pistas.
Claro, especulações e rumores sempre aparecem no paddock, sobretudo na chamada “silly season”, no meio do ano. Mas desde o anúncio de Lewis Hamilton na Ferrari, antes mesmo da temporada 2024 começar, parecem provocar um turbilhão de emoções nos fãs – e, claro, para nós, da imprensa, que temos literalmente que nos espremer em meio a uma mesa e quatro cadeiras para dar conta de jornalistas de todas as partes do mundo querendo saber (ou até descobrir) as próximas movimentações bombásticas.
Não por acaso, meu dia aqui em Jeddah começou com a anotação da entrevista mais importante do dia: Max Verstappen. Afinal, além de todos os rumores do mercado de pilotos de 2025, a atual equipe campeã está no meio do furacão dos escândalos deste início de ano. Primeiro, com o vazamento do caso de Christian Horner para a imprensa e chefes de equipe do mundo todo em um e-mail (sim, este repórter está na lista, aliás, agora já sei o e-mail de qualquer chefe de equipe… rs). Depois, as declarações de Jos Verstappen, expondo a “guerra fria” pelo controle da Red Bull, onde ele e Max nitidamente estão do lado de Helmut Marko. E para onde vai Adrian Newey?
Bom, esta parece ser a chave para desenhar 2025. O rumor de que Verstappen poderia ir para a Mercedes ficou muito forte e tudo parece ser uma questão de saber se o mago projetista também embarcaria no projeto.
A princípio, pode soar estranho um “virtual tetracampeão” sair do time que está ganhando. Mas nitidamente a Red Bull multi-vencedora já não é mais a mesma fora das pistas. Em outra concorrida entrevista (nesta eu pelo menos consegui chegar a tempo de um lugar na mesa), Lewis Hamilton disse que as turbulências fora das pistas atrapalham sim a energia da equipe, e que ele sentiu isso nos anos de “escândalos” da McLaren em 2007, 2008 e na saída de Ron Dennis.
Lewis também mostrou cara de poucos amigos ao falar de outra bomba fora das pistas, em relação ao presidente da FIA, acusado de interferir em resultados na pista. Não por coincidência, no auge dos escândalos de 2008 Max Mosley também teve sua intimidade exposta…
Mas voltando a 2025: se Max de fato embarcar para a Mercedes, quem seria o seu substituto: o paddock crava Fernando Alonso. Já imaginou o “trio de ferro” da F1 defendendo as três maiores equipes do atual grid?
Se for verdade, eu já deixou aqui minha sugestão para a Liberty Media: encerrar aqui em Jeddah a temporada 2024, entregar o troféu pra Max e partiu campeonato de 2025 com todo mundo em suas novas equipes!
O F1MANIA.NET acompanha ‘in loco’ o GP da Arábia Saudita com o jornalista Rodrigo França direto de Jeddah.