A Fórmula 1 chegou a Montreal para a décima etapa da temporada 2025 em meio a um dos fins de semana mais equilibrados do ano até aqui. O tradicional circuito Gilles Villeneuve entregou, desde sexta-feira, uma série de sinais de que a briga pela vitória está completamente aberta — e agora, após os treinos e a classificação, a pergunta segue sem resposta definitiva: quem vai vencer o GP do Canadá?
Os treinos livres já indicavam que não haveria um domínio claro. O TL1 foi liderado por Max Verstappen, mas com Alexander Albon, da Williams, colado a apenas 0s039. No TL2, a Mercedes reagiu e colocou George Russell na liderança, com Lando Norris em segundo. A grande evidência da competitividade foi a diferença entre o primeiro e o 16º colocado: menos de um segundo separou todos eles. A pista canadense, com suas freadas fortes e margens mínimas para erro, voltou a mostrar por que é considerada uma das mais imprevisíveis do calendário.
No sábado, o cenário técnico se desenhou com mais clareza, mas sem resolver a principal questão: quem realmente tem vantagem para domingo? George Russell cravou a pole position com uma volta forte e precisa, marcando 1min10s899, o único tempo abaixo de 1min11s no fim de semana. Max Verstappen largará em segundo, e Oscar Piastri, cada vez mais consolidado como um nome constante no topo, sai em terceiro com a McLaren.
A Ferrari, por sua vez, demonstrou mais força do que muitos previam. Charles Leclerc foi um dos grandes nomes da classificação e tinha ritmo real para brigar pela pole, mas cometeu um erro crucial em sua primeira tentativa e precisou abortar a volta. Em uma segunda tentativa sob condições mais desafiadoras, Leclerc vai largar apenas em oitava – mas com seu ritmo de corrida dá pra esperar muito mais. Ainda assim, o desempenho geral mostrou que o SF-25 encaixou bem em Montreal, o que é reforçado pela presença de Lewis Hamilton em quinto lugar no grid — um dos melhores desempenhos do britânico desde que chegou à equipe italiana.
Outro fator técnico relevante que pode pesar decisivamente na corrida é a eficiência do sistema de resfriamento de freios da McLaren. Montreal é uma das pistas mais exigentes da temporada nesse aspecto, com longas retas seguidas de fortes zonas de frenagem — como nas curvas 10, 13 e 1. A McLaren vem utilizando um conjunto aerodinâmico e um sistema de gerenciamento térmico refinado para os freios, o que pode representar uma vantagem real durante a corrida. Oscar Piastri e Lando Norris mostraram um ritmo forte e consistente nos trechos longos durante os treinos, e isso pode se transformar em diferencial estratégico frente a rivais que enfrentam desgaste mais severo.
A classificação também teve seus momentos de caos. A explosão da tampa do motor da Williams de Alexander Albon causou uma bandeira vermelha no Q1, e Gabriel Bortoleto, por apenas 0s007, não avançou ao Q2, largando em 16º. Carlos Sainz, Lance Stroll, Liam Lawson e Pierre Gasly também ficaram pelo Q1. Isack Hadjar, que avançou, acabou punido com três posições por atrapalhar Sainz em uma volta rápida.
Com pole da Mercedes, presença da Red Bull na primeira fila, ritmo surpreendente da Ferrari, e uma McLaren com capacidade técnica para suportar melhor as exigências da pista, o GP do Canadá tem múltiplos candidatos reais à vitória. Russell parte na frente, mas Verstappen é um caçador nato. Piastri e Norris têm um carro equilibrado e protegido contra o desgaste. Hamilton e Leclerc têm o conhecimento da pista e uma Ferrari que, mesmo sob pressão, parece mais sólida do que em outras etapas. E, com as margens tão pequenas, qualquer erro — ou qualquer acerto de timing com Safety Car — pode virar o jogo.
Opinião: Dá Piastri!
Se eu tivesse que jogar uma ficha em Vegas — ou melhor, em Montreal — meu palpite seria Oscar Piastri. O australiano, que é líder do campeonato, vem com tudo: carro equilibrado, ritmo constante e, mais importante, um sistema de resfriamento de freios que só a McLaren tem. Esse vai ser um diferencial quando o calor apertar nas fortes freadas do circuito Gilles Villeneuve. Enquanto os outros suam com superaquecimento, a McLaren respira tranquila. Largando em terceiro, ele está em uma posição mágica: perto o suficiente pra atacar, longe o bastante pra não se envolver em confusão logo de cara. Se Verstappen e Russell resolverem medir território nas primeiras curvas, Piastri pode só agradecer, passar e abrir.
A corrida começa neste domingo, às 15h, no horário de Brasília, e a cobertura completa você acompanha no F1Mania.net. O F1Mania.net está in loco com o jornalista Rodrigo França.