Além dos óbvios problemas no motor Honda, que impediram a McLaren de completar as voltas necessárias nesses três dias de testes para avaliar seu carro de maneira correta, o chassi do carro não impressionou ninguém até agora em Barcelona.
Veja o depoimento de Gary Anderson, ex-engenheiro de várias equipes de F1 e atualmente consultor técnico.
“Eu estava me concentrando nas curvas 1, 2 e 3”, disse ele. “É um complexo, por isso, se você começar bem na curva 1, em seguida a 2 torna-se mais fácil, o que torna a 3 também mais fácil.”
“A Ferrari, para mim, é, sem dúvida, o carro mais estável, preciso e nunca parece mudar de linha. Você não sabe se ela está com pneus de cinco voltas ou pneus velhos de 25 voltas, e vai bem com ambos os compostos macio e médio.”
“A Mercedes parece bastante razoável com pneus macios – mas o carro se move e sai mais de frente do que a Ferrari -, mas não é tão bom com composto médio, apenas falta aderência.”
“Através desse complexo, a McLaren nunca pareceu boa. Alonso não conseguia acelerar na curva 2 – o carro se mexe muito – e eu nunca o vi entrar na curva 3 de pé cravado.”
“Ou ele tem que levantar o pé muito antes, ou apenas tem que contornar devagar. Não é que saia de frente, é apenas falta de aderência.”
“A McLaren não pode se queixar do motor da Honda, porque ainda há cavalos lá dentro que eles não estão usando no momento. Parece bom com os pneus ultra-macios, mas com macios e médios – que são os pneus mais relevantes nessa pista – o carro não contorna.”
As questões da McLaren também não estão confinadas ao primeiro complexo de curvas.
“Na curva 9 é a mesma coisa”, acrescenta Anderson. “A Ferrari pode entrar muito forte, com apenas uma pequena levantada de pé. A McLaren não pode fazer isso. É óbvio que eu não sei quais as cargas de combustível, mas se Alonso não levantar o pé e desacelerar significativamente na entrada da curva, ele não vai contorná-la corretamente. Não parece ser um problema de equilíbrio horrendo, mas parece um problema de aderência geral.”
“A Sauber não tem um bom chassi – é uma das extremidades da escala. A Ferrari está no outro extremo da escala. Na melhor das hipóteses a McLaren está no meio – sendo otimista.”
“Eu não sei quantas pessoas da McLaren estiveram em torno da pista, mas eu estive em vários pontos dela algumas vezes, e eu nunca vi um piloto da McLaren capaz de entregar. É visível tanto em som quanto em visão.”