Fórmula 1: Szafnauer critica atual gestão das equipes na categoria

Otmar Szafnauer, ex-chefe de equipe na Fórmula 1, criticou duramente a forma como as equipes são gerenciadas atualmente. Em suas declarações, Szafnauer apontou para a falta de conhecimento dos proprietários sobre o esporte a motor, comparando a gestão de equipes de F1 com a de clubes de futebol.

Segundo Szafnauer, a maneira como as equipes da Fórmula 1 são administradas mudou drasticamente. “Nos tempos de Eddie Jordan (Jordan), Frank Williams (Williams), Ron Dennis (McLaren) e Adrian Reynard na (BAR), você tinha proprietários que entendiam profundamente o automobilismo”, disse ele no podcast ‘Formula for Success’. Ele acrescentou que, antigamente, os donos vinham do mundo das corridas, sendo pilotos, engenheiros ou mecânicos.

Szafnauer afirmou que atualmente o progresso na F1 é diferente: “Precisa de trabalho árduo, consistente e prolongado para vencer, porque todos os outros também são competentes. Mas a nova geração de proprietários não é assim. Eles têm muito pouco entendimento de automobilismo”, disse ele.

O ex-chefe das equipes Aston Martin e Alpine, também criticou a mentalidade imediatista de alguns proprietários, que esperam resultados rápidos como no futebol. “Eles veem a Fórmula 1 como um outro esporte, olham para times de futebol que podem mudar cinco jogadores de um ano para o outro e ir do meio da tabela para a vitória e pensam que o mesmo pode acontecer no automobilismo. Especialmente na Fórmula 1, isso não pode acontecer”, afirmou.

Szafnauer deixou a Alpine após um ano e meio no comando do time francês. Ele afirmou que a falta de alinhamento com a direção da equipe em relação às expectativas e à forma de gestão, foi um dos motivos para sua saída. “Percebi rapidamente que na Renault (proprietária da Alpine), a propriedade não tinha ideia sobre automobilismo e suas expectativas não estavam de acordo com a realidade. Eles queriam sucesso da noite para o dia, queriam que eu demitisse todo mundo como em um time de futebol”, acrescentou.

Ele também afirmou que não concordava com a política de demissões em massa proposta pela direção da equipe. “Eles queriam que eu mudasse 20% dos funcionários e quando eu disse: ‘Não, essa não é a maneira de fazer isso, não posso demitir pessoas que estão fazendo um bom trabalho, para mudar uma cultura, não é assim que você faz as coisas’. Eu sabia que era hora de sair. Eu sabia que eles tinham pensamentos diferentes sobre como administrar uma equipe de Fórmula 1 e eu simplesmente não podia ficar”, completou Szafnauer.