Com a previsão de temperaturas elevadas no Texas entre os dias 17 e 19 de outubro, a Fórmula 1 deve realizar mais uma etapa sob forte calor na temporada 2025, logo após enfrentar as mesmas condições no GP de Singapura. As temperaturas em Austin devem ultrapassar os 32°C, o que pode levar a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a emitir um alerta de risco por calor.
Há duas semanas, em Marina Bay, o primeiro alerta do tipo foi emitido, quando as temperaturas passaram dos 31°C, colocando à prova a resistência física dos pilotos e das equipes na noite de Singapura. Caso o alerta se confirme esta semana, os pilotos terão novamente que considerar o uso de coletes de resfriamento ou a adição de lastro extra nos carros durante o GP dos Estados Unidos.
O colete, que circula água gelada por tubos, foi desenvolvido após o GP do Catar de 2023, quando o calor extremo levou vários pilotos a necessitarem de atendimento médico após a corrida. George Russell, da Mercedes, foi um dos primeiros a testar o dispositivo, durante o GP do Bahrein neste ano. Ele elogiou os efeitos do resfriamento, mas reconheceu limitações. “Há espaço para melhorias”, comentou, referindo-se ao desconforto causado no ambiente apertado do cockpit.

A proposta de tornar o uso do colete obrigatório para 2026 tem gerado resistência entre os pilotos. Max Verstappen, tetracampeão pela Red Bull, foi categórico: “Discordo totalmente disso”, afirmou. “É um pouco ridículo. Temos que conversar sobre isso. No final, é uma questão de segurança pessoal, independentemente da sua opinião. Eles não deveriam forçar isso em você, na minha opinião.”
Verstappen também relatou frustração com a eficácia do equipamento. “Não me incomoda tanto, e ele fica quente de qualquer maneira. Um pouco de suor é okay, e aquele colete de resfriamento fica quente depois de 15 a 20 minutos, então não adianta nada.”
Lewis Hamilton, heptacampeão da categoria, também não está apoiando a obrigatoriedade do equipamento. “Eu não acho que isso deveria ser forçado aos pilotos”, declarou o piloto da Ferrari. “Eles continuam dizendo que é uma questão de segurança, mas nenhum piloto jamais morreu de superaquecimento em uma corrida, a não ser em casos de incêndio no passado, então isso está ficando ridículo.”
“Deve ser nossa escolha usá-lo, e eu agradeço por terem disponibilizado para nós, e vamos continuar trabalhando e melhorando o sistema. Acho que pode ser potencialmente benéfico em lugares extremamente quentes, mas deveria ser opcional, para usar se você quiser e achar confortável”, reforçou.
