David Coulthard, ex-piloto de Fórmula 1 e vencedor de treze GPs na categoria, rebateu as alegações de que mulheres não possuem a capacidade física para competir na categoria máxima do automobilismo. Como cofundador da ‘More than Equal’, uma iniciativa dedicada a descobrir e desenvolver a primeira campeã feminina de F1, Coulthard defende que a questão é mais sobre treinamento e oportunidade do que sobre limitações físicas.
A ‘More than Equal’ adota uma abordagem científica e baseada em dados para abordar as desigualdades de gênero no automobilismo. O programa submete suas jovens pilotos a um rigoroso regime de treinamento físico, psicológico e técnico. Coulthard destaca que o desenvolvimento de jovens mulheres difere do de homens adolescentes, e a iniciativa leva isso em consideração.
“É claro que vai acontecer. Sem dúvida”, afirmou Coulthard ao Daily Mail, sobre a perspectiva de uma mulher correr na F1. Ele descartou as alegações sobre a falta de força física das mulheres: “É completa besteira que mulheres não têm força para isso. Qualquer um que não treina não tem o que é preciso para competir no automobilismo, seja homem ou mulher.”
Coulthard compartilhou sua experiência com a W Series, onde algumas pilotos não estavam fisicamente preparadas. “Eu olhei para elas e perguntei: ‘Qual é a sua desculpa para não treinar? Você precisa se apresentar como uma profissional séria, e isso significa treinar como atleta'”, disse ele.
O ex-piloto acredita que a chave para a entrada de mulheres na F1 é o desempenho na pista. “No final, é o cronômetro que dita as coisas. Você pode fazer um tempo de volta rápido ou não. E se não puder, você pode se juntar a uma longa fila de pessoas com boas desculpas.”
Coulthard acredita que as equipes da F1 contratariam uma mulher imediatamente se ela demonstrasse o talento necessário. “Eu garanto que todas as equipes da F1 contratariam alguém agora, se achassem que essa pessoa poderia entregar bons resultados”, acrescentou.
A ‘More than Equal’ foi criada em memória da irmã de Coulthard, Lynsay, que também era uma kartista talentosa, mas não teve as mesmas oportunidades que ele. “Minha irmã corria de Kart. Ela era rápida, talentosa, vencia corridas, mas nunca teve o apoio que eu tive”, finalizou Coulthard.
Essa iniciativa também realizou pesquisas globais, que revelaram que apenas 13% dos kartistas são mulheres. Para aumentar as chances de uma mulher chegar à F1, esse número precisa crescer. Programas como o ‘More than Equal’ e a F1 Academy estão trabalhando para aumentar a participação feminina no automobilismo.