F1: Wolff fala sobre possível retorno da Mercedes às 24 Horas de Le Mans

Toto Wolff comentou sobre a possibilidade da Mercedes voltar a disputar as 24 Horas de Le Mans, uma das corrida mais tradicionais do automobilismo mundial e parte do Campeonato Mundial de Endurance (WEC).

A última participação da equipe alemã na corrida histórica foi em 1999, mas terminou de forma trágica: um carro com instabilidade aerodinâmica decolou e ficou suspenso no ar, episódio que marcou a saída da Mercedes da categoria. Desde então, não retornou mais ao grid, enquanto a McLaren já anunciou que entrará no WEC em 2027.

Wolf afirmou que a Mercedes consideraria um retorno para a principal classe do Mundial de Endurance se a regra do Balance of Performance (Balanço de Performance) não estivesse no regulamento.

“As 24 Horas de Le Mans é uma das maiores corridas do mundo”, comentou Wolff no podcast Bloomberg Hot Pursuit, ao ser questionado sobre a possibilidade de um retorno.

A edição de 2025 das 24 Horas de Le Mans teve vitória da Ferrari pela terceira vez consecutiva, com o carro #83 da equipe AF Corse, pilotado por Yifei Ye, Phil Hanson e o ex-piloto de F1, Robert Kubica.

“Para mim, a Fórmula 1 é o topo. São os melhores pilotos, os carros mais rápidos, as melhores pistas. Mas se eu tivesse que dizer o que vem depois? Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis. E para os mais apaixonados, as 24 Horas de Nürburgring. Isso, para mim, é o topo do topo,” disse Wolff.

“O que temos hoje é um foco total na nossa principal plataforma, que é a Fórmula 1. É onde queremos estar. Ela atrai 99% do público. Todo o resto vem em segundo plano,” completou.

Após o desastre de 1999, a Mercedes só voltou a competir em Le Mans na classe GT3, por meio de um programa com clientes da equipe italiana Iron Lynx, a única ligação atual da marca com o WEC.

“Como Mercedes, já fizemos isso no passado. Mas não foi exatamente… nosso momento mais feliz,” comentou Wolff. “E aí vem um detalhe importante: na Mercedes, somos pessoas de corrida. Não gostamos de BoP — não gostamos de Balance of Performance. Não gostamos que alguém avalie sua potência, seu consumo de energia, seu peso, sua habilidade de pilotagem…

“Você investe tempo, dinheiro e esforço para desenvolver o carro mais rápido, e então te colocam 10 quilos extras. Eu não quero isso. Quero apenas construir o carro mais veloz.”

“A Fórmula 1 mostrou como as coisas devem ser feitas”, afirmou o austríaco. “Nos deem um teto orçamentário. Façam mais disso — deem um limite de gastos para todos. Você não pode gastar mais do que, sei lá, 30 ou 40 milhões. E dentro desse valor, faça o que quiser. Claro que ainda há regulamentos, mas ninguém precisa esconder nada nos testes ou na classificação. É corrida pura.”

“Se isso acontecesse, aí sim Le Mans seria algo que consideraríamos. Mas no momento, com o BoP — com oficiais decidindo se você está rápido demais, colocando 10 quilos no seu carro ou tirando de outro no dia seguinte — isso não é para nós agora”, finalizou Wolff.

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