F1: Wolff critica possíveis mudanças nas regras de motores para 2026

Toto Wolff, chefe da Mercedes, expressou preocupação com a possibilidade de alterações tardias nos novos regulamentos de unidades de potência da Fórmula 1 para 2026. O dirigente austríaco alertou para o risco de se ‘mudar as regras com o jogo em andamento’, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (02) em Miami.

A discussão gira em torno da divisão de potência planejada para os novos motores, cerca de 50% gerada por combustão interna e 50% por propulsão elétrica. A configuração, aprovada em 2022, levantou preocupações quanto ao excesso de ‘lift and coast’ (redução de velocidade para economizar energia), especialmente em circuitos de alta velocidade e com retas longas, como Monza e Baku.

Na visão de Wolff, eventuais mudanças devem esperar até que os motores entrem efetivamente em ação nas pistas. “É melhor esperar para ver como os motores se comportam antes de agir com base em suposições, como já fizemos no passado, errando para mais ou para menos”, disse ele. “Não é como se fosse necessário jogar o hardware fora e começar do zero. Dá para ajustar via software.”

O chefe da Mercedes, cuja equipe trabalha em um dos projetos mais avançados da nova geração de motores, defende que a performance real nas pistas em 2026 deve guiar qualquer decisão. “Queremos um grande espetáculo, claro que queremos vencer, mas também sabemos que a variabilidade é essencial para o esporte”, afirmou.

Wolff lembrou que o conceito dos novos regulamentos atraiu montadoras como Audi e reconduziu a Honda ao grid com compromisso total. “A FIA propôs esse motor, ninguém gostou na época. Mas o sistema 50% elétrico refletia o que os carros de rua buscavam. Foi o que atraiu Audi, Honda e até a Porsche mostrou interesse, e também nos manteve comprometidos. Mudar isso agora seria problemático, especialmente para quem está chegando.”

Apesar da firmeza em defender a estabilidade, o austríaco também mostrou disposição para discutir ajustes no futuro, caso necessários. “Devemos estar abertos a conversar no ano que vem, mas sem oscilações de direção tão tarde no processo”, acrescentou.

Enquanto Wolff prega cautela, Christian Horner, chefe da Red Bull Racing, demonstrou mais abertura para discutir ajustes. Para ele, as preocupações com a conservação de energia não são novas e precisam ser consideradas. “Se for para melhorar o esporte e evitar corridas com excesso de ‘lift and coast’, vale a pena olhar com atenção. Não muda a especificação ou potência dos motores, só o quanto de bateria pode ser usado em certos GPs”, concluiu.

O F1MANIA.NET acompanha o GP de Miami ‘in loco’ com Victor Berto.

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