Yuki Tsunoda está prestes a viver um dos maiores desafios de sua carreira na Fórmula 1. O piloto japonês fará sua estreia oficial pela equipe principal da Red Bull no GP do Japão deste fim de semana, em Suzuka. Mesmo com a pressão natural de competir diante de sua torcida e no circuito que pertence à Honda, parceira da Red Bull, Tsunoda sabe que não poderá contar com conselhos diretos de seu novo companheiro de equipe, Max Verstappen.
Tsunoda assume o segundo carro da Red Bull após uma breve passagem do neozelandês Liam Lawson, que disputou apenas as duas primeiras etapas da temporada. O motivo da troca foi justamente a dificuldade de Lawson em se adaptar rapidamente ao exigente RB21, carro conhecido por sua janela extremamente estreita de desempenho ideal. Esse problema já prejudicou vários pilotos que tentaram acompanhar Verstappen na equipe.
Perguntado pela imprensa em Suzuka se poderia auxiliar Tsunoda em sua adaptação ao carro, Verstappen foi categórico ao afirmar que não tem muito a acrescentar ao japonês, pois acredita que cada piloto precisa entender por si só as particularidades do RB21.
“Vi o Yuki rapidamente ontem, ele estava muito ocupado na fábrica”, disse Verstappen. “Mas, no fim das contas, não depende realmente de mim. Ele tem que descobrir por conta própria, porque minha experiência pode não ser igual à experiência dele”, completou o piloto holandês, conforme relatado pela Motorsport Week.
Tsunoda concorda plenamente com essa abordagem. Em entrevista antes dos primeiros treinos em Suzuka, o piloto japonês demonstrou plena consciência de que dependerá exclusivamente de seu próprio esforço e da comunicação com sua equipe técnica para entender o comportamento do carro.
“Mesmo se eu fosse perguntar algo ao Max sobre o carro, acho que ele não iria realmente dizer a verdade”, comentou Tsunoda de forma descontraída. “Por isso, prefiro estudar por conta própria, analisando dados, vídeos onboard e vendo como ele pilota. Já assisti várias vezes aos vídeos das últimas duas corridas dele”, revelou o piloto japonês.
Tsunoda também destacou que ainda não sentiu, durante os testes no simulador, a extrema dificuldade que tantos pilotos relataram ao guiar o RB21. Segundo ele, o comportamento do carro parece depender muito do estilo de pilotagem. O piloto está confiante de que sua experiência acumulada em cinco anos de F1 será suficiente para se adaptar às características desafiadoras do carro.
“Nos testes do simulador não senti algo extremamente difícil, apesar de ter percebido os pontos que outros pilotos relataram, como instabilidade e falta de confiança”, explicou Tsunoda. “Testei vários ajustes para melhorar isso e, no fim das contas, acredito que encontrei uma boa direção para começar o fim de semana. Foi uma sessão bastante produtiva.”
O piloto japonês ressaltou ainda que confia integralmente no apoio dos engenheiros da Red Bull para superar possíveis dificuldades. Tsunoda já recebeu dicas importantes sobre quais características do carro podem causar problemas de confiança para os pilotos, e essas informações serão sua base inicial nos primeiros treinos livres.
“Meus engenheiros já me deram algumas indicações preciosas sobre quais aspectos do carro tiram confiança dos pilotos. Isso já está muito claro para mim. Se eu realmente sentir dificuldades, não pretendo pedir ajuda diretamente ao Max. Vou descobrir com meus engenheiros e pela minha própria percepção”, concluiu Tsunoda.
O primeiro contato real de Tsunoda com o RB21 acontece já nesta quinta-feira, no TL1 em Suzuka, onde ele terá as primeiras respostas sobre sua adaptação ao carro da Red Bull. A equipe austríaca vive um momento crítico para definir quem será o companheiro ideal para Verstappen no restante da temporada 2025 da Fórmula 1.