Guenther Steiner, ex-chefe da equipe Haas na Fórmula 1, criticou a recente iniciativa da FIA de proibir linguagem inadequada (palavrões) em todas as sessões de imprensa oficiais, argumentando que a medida está sendo levada longe demais. Steiner acredita que o esporte vive de emoções e que os pilotos não são robôs.
A medida, defendida pelo presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, visa coibir o uso de palavrões em todas as categorias sancionadas pela entidade. No entanto, Steiner acredita que a FIA abordou a questão de forma equivocada.
“Na minha opinião, o problema poderia ter sido tratado em um nível muito menor, sem torná-lo uma questão tão grande”, disse Steiner em entrevista à RTL e sport.de. Ele sugere que a FIA deveria ter simplesmente pedido aos pilotos, em particular, que evitassem linguagem inadequada durante as sessões de imprensa.
Steiner questiona o que os pilotos podem dizer quando estão cheios de adrenalina, entendendo que podem usar palavrões quando as emoções estão à flor da pele. Embora admita que algumas palavras não sejam ‘exatamente lisonjeiras’, ele lembrou à FIA que um esporte também vive de emoções. “Não somos um esporte de IA (Inteligência Artificial). Não são robôs que pilotam esses carros. São pessoas e elas têm emoções”, afirmou Steiner.
O caso do piloto de Rally Adrian Fourmaux, que foi multado em 10 mil euros e recebeu uma multa suspensa de 20 mil euros por violar as diretrizes de conduta da FIA, também foi citado por Steiner. “Foi de alguém cuja primeira língua não é o inglês. Obviamente, escapou de sua boca”, acrescentou.
Depois da punição, os pilotos do Campeonato Mundial de Rally emitiram um comunicado conjunto pedindo esclarecimentos à FIA, seguindo a liderança da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA) da Fórmula 1, em sua reação à penalidade de Max Verstappen no final de semana do GP de Singapura no ano passado. Os pilotos de Rally ainda aguardam uma resposta da FIA.
“Muito dinheiro”, disse Steiner sobre a penalidade imposta a Fourmaux. “Na minha opinião, fizemos uma tempestade em copo d’água”, concluiu o ex-chefe de equipe.
Steiner defende que a FIA deve considerar o contexto emocional das corridas e evitar medidas excessivamente punitivas, lembrando que o esporte vive de paixão e emoção humana.