F1: Regra de dois pit stops obrigatórios em Mônaco pode gerar estratégias inusitadas

A mudança nas regras para o GP de Mônaco deste ano, que obriga os pilotos a realizarem dois pit stops em vez de um, gerou preocupações sobre possíveis estratégias controversas, segundo especialistas em estratégia da Fórmula 1.

Essa decisão da FIA visa tornar a corrida mais dinâmica, considerando as dificuldades de ultrapassagem no estreito circuito de Monte Carlo, onde os carros atuais são muito maiores, tanto em largura como no comprimento, do que jamais foram.

Bernie Collins, ex-engenheira de estratégia da F1, destacou durante os testes de pré-temporada no Bahrein, que a nova regra pode beneficiar significativamente pilotos que largam nas últimas posições.

“Frequentemente, uma estratégia de duas paradas é, na verdade, a maneira mais rápida de se fazer Mônaco”, disse Collins. “Frequentemente, duas paradas, se você está fazendo a corrida sozinho, é a maneira mais rápida. Mas por causa do tráfego, não é. Meu pensamento inicial ao ler isso foi: ‘Se eu fosse o último colocado no GP de Mônaco, eu pararia na primeira volta e pararia na segunda volta e não teria mais pit stops para fazer’,” disse ela.

Collins explicou que, ao fazer isso, um piloto poderia se aproximar do pelotão e potencialmente ganhar posições quando os outros pilotos realizassem suas duas paradas mais tarde.

A especialista também questionou a possibilidade de a FIA impor um tempo mínimo de stint, semelhante ao que ocorreu no GP do Catar em 2023, para evitar tais estratégias. No entanto, ela ressaltou que essa medida poderia restringir as diversas estratégias possíveis e contrariar o objetivo da nova regra.

Collins continuou: “A menos que haja um stint mínimo como fizemos no Catar há dois anos, o que também não funcionou porque realmente restringiu a estratégia, então o que impede alguém sob um safety car de uma volta que está um pouco fora de posição, fazendo suas duas paradas então? Eles estariam cumprindo os regulamentos e efetivamente não teriam mais paradas pela frente. Talvez haja algo no regulamento que impeça esse caso muito específico. Mas estamos tentando resolver um problema muito específico que tivemos no ano passado. Nem sempre esse é o problema que temos em Mônaco”, completou.