A temporada 2024 da Fórmula 1 trouxe desafios inesperados para a Red Bull, que agora lida com questões delicadas envolvendo Sergio Pérez. Embora o piloto mexicano tenha contrato com a equipe até o final de 2026, seu desempenho abaixo do esperado e as dificuldades em se adaptar ao carro geraram especulações sobre sua continuidade. Helmut Marko, chefe de esportes a motor da Red Bull, destacou que o foco da equipe está em celebrar o quarto título de Max Verstappen, conquistado em meio a uma temporada dominante. “Esse título vai completamente para a conta do Max”, afirmou Marko, reforçando o papel central do holandês no sucesso da equipe. No entanto, o dirigente reconheceu que a situação financeira e esportiva de Red Bull exige atenção, especialmente com a ameaça de perder a segunda posição no campeonato de construtores.
A situação de Pérez tem sido agravada por sua performance recente. Nas últimas cinco corridas e duas Sprints, o mexicano somou apenas oito pontos, enquanto Verstappen acumulou impressionantes 90 pontos no mesmo período. Isso deixou Red Bull com 544 pontos, atrás de McLaren, que lidera a disputa pelo vice-campeonato com 593 pontos, e Ferrari, que segue próxima com 557 pontos. Sem um “milagre” nas etapas finais, a equipe pode perder cerca de 50 milhões de dólares em premiações, uma consequência direta do terceiro lugar entre os construtores. Além disso, caso opte por encerrar o contrato de Pérez, a equipe enfrentaria um custo adicional estimado em 20 milhões de dólares devido às cláusulas de indenização.
Pérez começou 2024 com quatro pódios nas cinco primeiras corridas, mas seu desempenho caiu significativamente desde então. “Eu simplesmente não entendo mais este carro”, desabafou o piloto, que ainda sonha com um título mundial, apesar de uma carreira marcada por 278 corridas e apenas seis vitórias. Seu pai, Antonio Pérez, tem defendido publicamente o filho, atacando críticos como Ralf Schumacher e reafirmando que Sergio permanecerá na equipe até 2026. Internamente, porém, há sinais claros de insatisfação, com olhares de compaixão dentro da equipe sugerindo que uma saída voluntária poderia ser a melhor solução.
Caso Red Bull decida substituir Pérez, a busca por um novo piloto não será simples. Entre as opções está Liam Lawson, atualmente competindo pela Racing Bulls, que é visto como uma escolha natural dentro do programa da equipe. Outra possibilidade é Carlos Sainz, que pode ter uma cláusula de saída de seu contrato com a Williams para 2025. No entanto, a relação entre Sainz e Verstappen foi marcada por tensões quando ambos dividiram a Toro Rosso em 2015 e 2016, o que pode dificultar essa parceria. Outra alternativa é Franco Colapinto, jovem talento argentino de 21 anos, atualmente vinculado à Williams. Para contratá-lo, a Red Bull precisaria desembolsar cerca de 20 milhões de dólares, elevando ainda mais os custos dessa transição.
A Red Bull enfrenta, portanto, um dilema que mistura questões financeiras e esportivas. Com um orçamento limitado para manter sua competitividade e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o domínio de Verstappen e a contribuição de um segundo piloto confiável, a equipe terá que tomar decisões estratégicas nas próximas semanas. Enquanto isso, o GP de Las Vegas pode ser crucial para determinar os rumos da equipe, tanto no campeonato de construtores quanto no futuro de Sergio Pérez.