A Red Bull Racing reconheceu que o RB20, seu carro para a temporada 2024 da Fórmula 1, não atingiu as expectativas da equipe. Pierre Waché, diretor técnico da Red Bull, afirmou que era esperado um desempenho superior do carro, apesar de já preverem uma concorrência mais acirrada este ano.
No início do campeonato de 2024, a Red Bull parecia manter o domínio da temporada passada, quando conquistou 21 vitórias em 22 corridas. Max Verstappen venceu quatro das cinco primeiras provas este ano, com Sergio Perez em P2 no Bahrein, Arábia Saudita e Japão.
Porém, a Red Bull vem sofrendo grande pressão da McLaren, e mais recentemente também da Mercedes, que se tornou uma ameaça renovada nas últimas etapas.
Apesar de liderar os dois campeonatos com sete vitórias em 14 corridas, Waché admitiu que a Red Bull não alcançou seus objetivos com o RB20. “Eu diria que não completamente. Sem dúvida, o carro melhorou em relação ao ano passado, embora em algumas áreas não tenhamos entregue o que esperávamos. Especialmente nas curvas de alta velocidade, esperávamos algo mais do que temos agora”, disse ele ao Motorsport.com.
Waché destacou que o RB20 melhorou em curvas de baixa velocidade em relação ao RB18, mas perdeu competitividade em alta. O diretor técnico francês também apontou a pilotagem sobre zebras como uma fraqueza do carro, evidenciada no GP de Mônaco.
“Ainda não sei se temos um ponto forte!”, brincou ele. “Acredito que melhoramos bastante em curvas de média e baixa velocidade em comparação com o ano passado. No entanto, estamos relativamente mais fracos em curvas de alta velocidade do que no ano passado, onde éramos muito bons nesse aspecto. Finalmente, ainda somos claramente fracos em cima das zebras, mas isso também aconteceu no ano passado. Nisso, não demos o passo esperado”, acrescentou.
Waché negou que a Red Bull tenha se tornado complacente. A equipe introduziu um pacote de atualizações na Hungria, mas não foi o suficiente para superar a McLaren. Segundo ele, o fato da Red Bull não ter alcançado o progresso desejado no desenvolvimento, se deve ao menor tempo de túnel de vento em comparação com os concorrentes.
“Alguns aspectos podem estar ligados à correlação. Usamos um túnel de vento relativamente antigo e além disso, temos menos tempo de túnel de vento devido à nossa posição no campeonato. E também porque estamos no terceiro ano do regulamento atual”, afirmou.
No entanto, Waché descartou a ideia de que a Red Bull tenha se acomodado, já que a equipe esperava enfrentar um desafio mais cedo. “Para ser honesto, esperávamos a concorrência antes. No início de 2022 não tínhamos o carro mais rápido, a Ferrari tinha o carro mais rápido na época. Então, esperávamos muita oposição em 2023, mas isso não aconteceu. Em 2024, também esperávamos os outros desde a primeira corrida, porque é claro que o desempenho é limitado sob as mesmas regras. Depois de um atraso de quatro ou cinco corridas, eles chegaram, mas para ser honesto, esperávamos isso desde o início”, finalizou o diretor da Red Bull.