Segundo informações do UOL e da coluna Olhar Olímpico, a Prefeitura de São Paulo, sob a administração de Ricardo Nunes (MDB), não conseguiu arrecadar até R$ 100 milhões nos últimos dois anos devido à não comercialização das quatro cotas publicitárias do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. Estas cotas foram inicialmente adquiridas com a intenção de serem revendidas, conforme estabelecido em contrato.
De acordo com a estrutura financeira do acordo, que foi recentemente renovado até 2030, a prefeitura é responsável por pagar US$ 25 milhões anualmente à Fórmula 1, além de custear obras e organização do evento. Em contrapartida, recebe o direito de comercializar quatro cotas publicitárias para compensar parte do investimento.
Originalmente, durante a gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB) e do então governador João Doria, foi planejado que o estado de São Paulo compraria essas cotas por US$ 10 milhões e as revenderia ao mercado. No entanto, esse arranjo do estado não foi incluído no contrato final.
Em 2021, o estado adquiriu as cotas e conseguiu recuperar R$ 18 milhões através de uma licitação pública. Porém, nos GPs de 2021 e 2022, as cotas não foram oferecidas pelo município ao estado. Como resultado, os direitos associados a essas cotas não foram comercializados, e a Raizen, que havia comprado a cota em 2021, passou a patrocinar diretamente a F1 nos anos seguintes.
Os direitos das cotas não vendidas foram então incorporados pela gestão municipal à cota que pertence à prefeitura, sendo utilizados para propaganda institucional da cidade durante o GP. A prefeitura também recebeu ingressos VIP e comuns, além de um espaço na Fan Zone, mas sem direito a receitas de bilheteria ou de paddock.
A prefeitura realizou as obras necessárias em Interlagos, mas não respondeu aos questionamentos do UOL e da coluna Olhar Olímpico sobre a não comercialização das cotas. A falta de comercialização desses direitos representa um significativo prejuízo para o município, considerando o potencial de arrecadação que as cotas representam. A situação levanta questões sobre a transparência e eficácia na gestão de recursos públicos em grandes eventos como o GP de São Paulo de Fórmula 1.