F1: Pirelli quer mudar escolha de pneus para deixar corridas mais “emocionantes” em 2025

A Pirelli está planejando colocar mais variedade nas escolhas de pneus compostos em algumas corridas desta temporada de 2025 da Fórmula 1.

O objetivo é deixar as corridas mais emocionantes e com mais ação na pista. A ideia é “pular” um dos compostos da gama em certos Grandes Prêmios, ao invés de levar três opções seguidas como faz atualmente. Essa mudança aumentaria a diferença no desgaste e desempenho dos pneus, forçando as equipes a pensarem em estratégias diferentes.

Neste ano, a gama de pneus para pista seca da Pirelli conta com sete compostos diferentes – do C0 (mais duro e durável) ao C6 (mais macio e de menor vida útil).

Para cada etapa, a Pirelli escolhe três compostos consecutivos dessa gama, que se tornam os pneus Duro/Médio/Macio do fim de semana, com a escolha baseada nas características específicas de cada circuito. Nos últimos anos, as escolhas de compostos se tornaram mais previsíveis. Em circuitos com pouca degradação de pneus, como Mônaco, a escolha costuma ser C3-C5. Já em pistas de alta velocidade, como Silverstone, é comum ver o uso de C1-C3.

No entanto, surgiu um padrão recente: as equipes geralmente priorizam manter a posição na pista ao invés de explorar um carro mais rápido com pneus novos. Isso leva a estratégias mais conservadoras, com apenas uma parada, e consequentemente, corridas sem emoção e ação na pista.

Para mudar esse cenário, a Pirelli está avaliando a possibilidade de introduzir mais variedade na seleção de compostos, escolhendo, por exemplo, o C2 como Duro, o C4 como Médio e o novo C6 como Macio. Isso criaria diferenças maiores de desempenho e durabilidade entre os pneus, incentivando estratégias diferentes, como uma parada com o C2, duas com o C4 ou até três com o C3, dependendo da forma como os pneus forem utilizados nos treinos e classificação.

A escolha dos compostos para cada Grande Prêmio é feita pela Pirelli e comunicada às equipes com pelo menos quatro semanas de antecedência. A expectativa é que esse novo modelo seja adotado em algumas corridas ainda em 2025.

A estratégia já foi usada na Fórmula 2. O engenheiro-chefe da Pirelli na F1, Simone Berra, explicou como isso funcionou:

“Temos quatro compostos e, muitas vezes neste ano, decidimos pular um nível para gerar uma diferença maior entre o ‘prime’ e o ‘option’, dependendo de como você prefere chamar,” disse ele.

“A ideia é sempre criar um certo desafio para os pilotos gerenciarem os pneus. Esse é o mesmo conceito que levamos para a Fórmula 1. Um pneu macio exige mais cuidado, enquanto o duro permite stints mais longos com desempenho mais constante, embora inferior.”

“Sempre aprendemos com todas as categorias em que atuamos. Cruzamos experiências da Fórmula 2, Fórmula 3 e até de campeonatos de GT. Nossa tecnologia nos monopostos também serve para o desenvolvimento de pneus de rua.”

“A Fórmula 2 é muito próxima da Fórmula 1 em termos de estratégia e seleção de compostos. Apesar de ter apenas dois compostos por corrida e provas mais curtas com uma parada, ela oferece boas indicações que podem ser aplicadas à Fórmula 1 – e vice-versa.”

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