O primeiro dia de treinos para o GP da Austrália 2025 mostrou que a disputa na Fórmula 1 está mais equilibrada do que nunca, com sete equipes diferentes entre os dez primeiros colocados no TL2. Além disso, a variação de temperatura e a previsão de chuva para domingo aumentam a incerteza sobre as estratégias de pneus, tornando o cenário para a corrida ainda mais imprevisível.
Lando Norris liderou o TL1 com um tempo 1s312 mais rápido do que sua marca na mesma sessão do ano passado, enquanto Charles Leclerc foi o mais veloz do dia ao registrar 1min16s439 no TL2, uma melhora significativa em relação a 2024. No entanto, as condições meteorológicas continuam sendo a principal incógnita do fim de semana. Após uma sexta-feira ensolarada e quente, espera-se que as temperaturas superem os 30°C no sábado, enquanto no domingo há 80% de chance de chuva e uma queda de mais de 10°C na temperatura ambiente. Esse cenário fez com que as equipes adotassem diferentes abordagens na configuração aerodinâmica e no gerenciamento dos pneus.
A Mercedes foi a única equipe a testar o pneu duro (C3) tanto em stints curtos quanto longos, enquanto as demais optaram pelo médio (C4) e pelo macio (C5). Todos os pilotos realizaram pelo menos uma simulação de volta rápida com o C5 durante o TL2, e Pierre Gasly, da Alpine, fez um stint de 12 voltas com esse composto, testando seu comportamento em trechos longos.
De acordo com Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli, os pneus tiveram um nível relativamente baixo de granulação, menor do que o registrado no ano passado. “A disputa está muito acirrada, com os 14 primeiros pilotos separados por menos de um segundo. A pista evoluiu bastante no TL1, mas na segunda sessão a aderência se manteve mais estável. A diferença entre os compostos também ficou dentro do esperado, com um delta de cerca de meio segundo entre o C4 e o C5. Ainda não temos dados suficientes para avaliar a diferença entre o C3 e o C4”, explicou.
As equipes também trabalharam com simulações de corrida durante o TL2, utilizando todos os três compostos disponíveis. A maioria dos pilotos, 17 dos 20, focou no C4, enquanto a Mercedes utilizou o C3, e Gasly testou o C5 em um stint longo. Segundo Berra, o desgaste do C3 e do C4 foi relativamente baixo, enquanto o C5 apresentou degradação mais acentuada, como já era esperado. Se a corrida for disputada em pista seca, uma estratégia de uma única parada pode ser viável, com o pneu médio desempenhando um papel mais importante do que no ano passado. No entanto, a previsão de chuva e as temperaturas mais baixas podem mudar completamente as estratégias.
Na Fórmula 2, o italiano Gabriele Minì conquistou a pole position pela Prema Racing, superando o francês Victor Martins, da ART Grand Prix, por apenas 114 milésimos. Para a etapa de Melbourne, a Pirelli manteve a estratégia de alternar os compostos disponíveis para oferecer maior variação entre desempenho e desgaste. Os pilotos terão à disposição os pneus médio e supermacio, o que deve impactar as estratégias tanto na corrida Sprint quanto na prova principal.
Já na Fórmula 3, o brasileiro Rafael Câmara garantiu a primeira pole da temporada, registrando 1min34s999 e superando seu companheiro de equipe Noah Stromstedt por 129 milésimos. Neste fim de semana, a categoria estreia os pneus de 16 polegadas, mantendo o composto médio como principal opção. No ano passado, a granulação foi um fator determinante na degradação dos pneus, exigindo um gerenciamento cuidadoso dos pilotos. Com as temperaturas previstas para cair no domingo, a fase de aquecimento dos pneus pode se tornar ainda mais crítica.
O fim de semana do GP da Austrália promete ser imprevisível, com estratégias variadas e a possibilidade de chuva trazendo um fator extra para embaralhar o grid. A batalha entre McLaren e Ferrari pelo topo do grid continua intensa, enquanto Red Bull e Mercedes tentam recuperar terreno. Se o clima realmente interferir na corrida, a gestão dos pneus pode ser o diferencial para definir o vencedor da primeira etapa da temporada 2025 da Fórmula 1.
O F1MANIA.NET acompanha o GP da Austrália ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.