Mesmo com contrato assinado até o fim de 2028, Max Verstappen pode não permanecer na Red Bull Racing caso suas exigências por mudanças internas não sejam atendidas. Segundo o site alemão Auto Motor und Sport, o piloto holandês e sua equipe de gestão têm articulado uma reestruturação profunda na equipe, que passaria diretamente pela figura de Christian Horner, atual chefe da equipe.
De acordo com a publicação, Verstappen deseja reduzir significativamente o poder concentrado nas mãos de Horner, que hoje acumula a liderança da equipe de Fórmula 1, da divisão técnica, do novo departamento de motores (Red Bull Powertrains-Ford) e do marketing. O objetivo seria adotar um modelo de gestão mais descentralizado, semelhante ao utilizado pela McLaren, em que áreas estratégicas são lideradas por diferentes responsáveis.
Apesar de não poder acionar neste momento a cláusula de desempenho que permitiria sua saída, válida caso estivesse fora dos três primeiros colocados no campeonato até o final de julho, Verstappen ainda mantém a opção de romper com o time caso a estrutura atual seja mantida. Atualmente, ele ocupa o terceiro lugar na classificação, atrás de Oscar Piastri e Lando Norris.

A permanência de Horner, que está na Red Bull desde 2005, sempre contou com o respaldo dos acionistas majoritários tailandeses, a família Yoovidhya. No entanto, após os episódios polêmicos envolvendo o dirigente no início de 2024 e a queda de rendimento da equipe na atual temporada, o apoio parece ter enfraquecido consideravelmente. Ainda segundo o AMuS, os investidores agora estariam abertos à possibilidade de mudanças.
Vários nomes têm sido cogitados como potenciais substitutos para Horner. Entre eles, Peter Bayer, atual CEO da Racing Bulls, Andreas Seidl, ex-McLaren, e até mesmo Oliver Oakes, que passou pela Alpine, mas teria sido descartado por problemas legais envolvendo ele mesmo e seu irmão, que inclusive foi preso.
Toto Wolff, chefe da Mercedes, admitiu recentemente que manteve conversas com Verstappen, mas destacou que não pretende postergar sua decisão sobre a formação de pilotos de sua equipe para 2026, além das férias da categoria agora no meio do ano. George Russell e o jovem Kimi Antonelli são os atuais pilotos e candidatos naturais ao cargo.
Ainda que o desejo de Verstappen seja continuar na Red Bull, a falta de movimentação concreta pode forçá-lo a buscar novos caminhos. Internamente, há a consciência de que a perda do tetracampeão representaria um golpe significativo no valor e na competitividade da equipe.