F1: Mercedes explica promoção de Antonelli e admite cautela exagerada com Russell

A Mercedes revelou que a promoção tardia de George Russell para a Fórmula 1 foi um dos fatores que motivaram a decisão de incluir o novato Andrea Kimi Antonelli em sua formação de pilotos para a temporada de 2025. No último fim de semana, durante o Grande Prêmio da Itália, a equipe confirmou oficialmente que Antonelli substituirá Lewis Hamilton, que está a caminho da Ferrari, no próximo ano.

Antonelli, que completou 18 anos recentemente, vem conciliando sua temporada de estreia na Fórmula 2, onde já conquistou duas vitórias, com um extenso cronograma de testes na Fórmula 1. A promoção do jovem piloto italiano à categoria principal o verá formar dupla com George Russell, criando uma parceria de dois pilotos que se desenvolveram nas fileiras da Mercedes.

Quando questionado se a promoção de Antonelli mostra que as equipes estão tomando as decisões corretas em relação às academias de pilotos, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, deu os créditos ao trabalho realizado por Gwen Lagrue, consultor de desenvolvimento de pilotos da Mercedes. “A maior parte do crédito deve ir para Gwen e sua equipe, pois eles conseguem identificar talentos desde muito cedo”, disse Wolff. “Nós, como Mercedes, não teríamos encontrado Kimi por conta própria. Ele tinha 11 anos quando vimos os resultados na pista, trabalhando com as equipes de kart.”

Wolff elogiou o trabalho de Lagrue em descobrir Antonelli, traçando um paralelo com George Russell, que chegou à Mercedes com uma apresentação formal e bastante preparação. “Com George, ele mesmo nos encontrou, colocou seu melhor terno e veio ao meu escritório com uma apresentação em PowerPoint. Já com Kimi, foi Gwen quem o descobriu”, acrescentou Wolff.

Enquanto Russell precisou passar três temporadas na equipe Williams antes de ser promovido à Mercedes em 2022, Antonelli fará sua estreia na Fórmula 1 já na equipe de fábrica. Russell, que superou Hamilton em sua primeira temporada completa na Mercedes, comentou no passado que sua estadia na Williams se prolongou além do necessário. Wolff reconheceu que a equipe foi excessivamente cautelosa com o desenvolvimento de Russell.

“Talvez tenhamos aprendido a lição de que George ficou tempo demais na Williams”, confessou Wolff. “Alguns dos erros que ele cometeu na Williams eram menos visíveis. Agora, ao promovermos Kimi diretamente, os erros serão mais evidentes, pois ele estará pilotando um carro da Mercedes, mas estamos preparados para esse investimento.”

Wolff destacou ainda que a promoção de Antonelli, apesar de trazer mais visibilidade aos erros que ele possa cometer — como o acidente que teve no TL1 em Monza —, faz parte da estratégia de desenvolvimento da equipe. “Estamos prontos para lidar com isso e estamos muito satisfeitos em ver dois pilotos formados pela Mercedes competindo na Fórmula 1.”

A Mercedes também ressaltou que sua academia de jovens talentos segue forte, monitorando pilotos cada vez mais jovens. “Hoje, estamos olhando para garotos com menos de 10 anos no karting”, concluiu Wolff.



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