Com um início de temporada promissor em 2025, a McLaren reforça sua aposta em um modelo de gestão que vai além dos contratos. Para Andrea Stella e Zak Brown, chefe de equipe e CEO da equipe inglesa de Fórmula 1, respectivamente, a chave para o sucesso a longo prazo está em criar um ambiente onde pilotos, engenheiros e funcionários queiram permanecer — não por obrigação contratual, mas por motivação genuína.
A estratégia se alinha à recente renovação de contrato do australiano Oscar Piastri, que ampliou seu vínculo com a McLaren até 2030, com um salário estimado em 20 milhões de libras por temporada. O anúncio foi feito antes do GP da Austrália e reforça a confiança da equipe em seu atual line-up. No mês passado, o diretor técnico Peter Prodromou também teve seu contrato estendido. Ele é apontado como peça-chave no renascimento competitivo da McLaren e na busca por seu primeiro título de construtores desde 1998.
Durante uma entrevista coletiva, Stella comentou que a valorização dos profissionais da McLaren por parte de outras equipes da Fórmula 1 é natural e até esperada: “Notamos um certo interesse em nossos profissionais. Isso não nos incomoda. É normal que as equipes busquem talento umas nas outras”, disse.

No entanto, o dirigente italiano destacou que a equipe trabalha diariamente para garantir que seus colaboradores não queiram sair. “Não se trata apenas de contratos. Nós, eu e Zak, buscamos criar um ambiente onde nossos colegas tenham razões reais para preferir trabalhar na McLaren, conquistar grandes resultados conosco e também alcançar sucesso pessoal”, explicou Stella.
Zak Brown complementou, reforçando que, para ele, ninguém “rouba” pilotos, patrocinadores ou funcionários de uma equipe: “Você os perde”, afirmou. “Se alguém consegue tirar um logo da nossa camisa, a responsabilidade é nossa. Parabéns para eles.”
O CEO ainda revelou que, para 2025, a McLaren não promoveu nenhuma mudança em sua liderança técnica, no pit wall ou na dupla de pilotos, o que demonstra o resultado dessa cultura de retenção. “Isso é fruto de um esforço contínuo nosso para criar um ambiente em que as pessoas realmente queiram estar, em que suas famílias queiram estar. E esse é o tipo de lugar que estamos construindo em Woking.”
Segundo Brown, o contrato de Stella é de longo prazo — “brincadeira”, disse ele, arrancando risadas dos jornalistas presentes —, mas reforçou que o foco da gestão da equipe está na motivação interna, e não na dependência de cláusulas contratuais.
Com os bons resultados recentes na Fórmula 1, inclusive a dobradinha conquistada no GP da China com Piastri e Lando Norris, a McLaren parece estar colhendo os frutos dessa filosofia de gestão mais humana e estratégica. O ambiente de estabilidade pode ser um diferencial crucial na disputa acirrada da temporada atual.