F1: Marrocos entra na disputa para receber uma etapa da categoria

A Fórmula 1 pode estar cada vez mais próxima de retornar ao continente africano. Um ambicioso projeto avaliado em US$ 1,2 bilhão coloca o Marrocos como novo candidato a sediar uma etapa da categoria, ao lado de África do Sul e Ruanda. A informação foi revelada pelo RacingNews365.

O plano prevê a construção de um circuito com certificação Grau 1 da FIA, apto a receber não apenas a F1, mas também categorias como o Mundial de Endurance (WEC) e MotoGP. O complexo será construído 20 quilômetros ao sul da cidade de Tânger e incluirá parque temático, shopping center, hotéis e marina, com a expectativa de gerar cerca de 10 mil empregos.

Até o momento, já foram garantidos US$ 800 milhões em investimentos privados. A continuidade do projeto depende agora da aprovação em nível governamental. Segundo Eric Boullier, ex-chefe das equipes McLaren e Lotus e diretor do extinto GP da França, a proposta é comparável a Abu Dhabi: “É um projeto bastante grande, um mini-Abu Dhabi, se posso dizer. Criaremos um ecossistema completamente independente, voltado para o turismo”, disse ele.

Boullier afirmou que foi convidado em dezembro de 2023 para avaliar a viabilidade do projeto e conduziu um estudo de campo com sua antiga equipe do GP da França. O local escolhido foi considerado ideal sob os critérios da F1. “Terá um impacto enorme na região, com hotéis e aeroporto a menos de 15 km. Se aprovado, atenderá a todas as exigências da F1 para uma corrida na África”, afirmou.

Um dos atrativos para a Fórmula 1 é a logística favorável: Tânger é de fácil acesso a partir da Europa, com o porto de Tanger Med a 45 km e conexões diretas com a Espanha, o que facilitaria a estruturação do paddock pelas equipes.

Apesar do entusiasmo, Boullier reconhece que ainda há etapas importantes pela frente: “Precisamos fechar o modelo financeiro e garantir o restante dos investimentos. Depois disso, poderemos apresentar o projeto ao Stefano (Domenicali, CEO da F1). A Fórmula 1 quer estar na África, e a África deve estar na Fórmula 1. É uma combinação natural, mas ainda há um longo caminho”, acrescentou.

O traçado do circuito já está conceitualmente definido, embora ajustes devam ser feitos com auxílio de um arquiteto especializado para atender às especificações da FIA. Mesmo ciente da concorrência com África do Sul e Ruanda, Boullier acredita no diferencial marroquino: “O que estamos propondo pode ser uma solução melhor do que as outras”, finalizou.

Por ora, tudo depende da aprovação do alto escalão do governo marroquino. Caso receba o sinal verde, Boullier estima que a construção do autódromo e das demais estruturas possa ser concluída em cerca de três anos.

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