Vowles e Albon acreditam que equipe americana escondeu desempenho real no Bahrein
A Williams acredita que a Haas pode ter ocultado seu verdadeiro ritmo nos testes da pré-temporada da Fórmula 1 de 2025. Enquanto a equipe britânica chamou a atenção com tempos rápidos, a Haas adotou uma abordagem mais discreta, focando em stints longos com tanque cheio. Isso levantou suspeitas de que o time americano pode estar “sandbagging”, termo usado para descrever quando uma equipe deliberadamente esconde seu verdadeiro potencial.
A Williams figurou constantemente no topo das tabelas de tempos ao longo dos três dias de testes no Bahrein. Carlos Sainz foi o mais rápido do segundo dia e marcou o melhor tempo geral da pré-temporada, enquanto Alex Albon terminou o terceiro dia na terceira posição, reforçando as expectativas de que a equipe estará forte na disputa do meio do grid.
Enquanto isso, a Haas raramente apareceu entre os mais rápidos, mas completou 457 voltas, o segundo maior número entre todas as equipes, indicando que o foco estava em testes de confiabilidade e não em tempos rápidos. Essa abordagem deixou o chefe da Williams, James Vowles, em dúvida sobre a real posição da Haas na hierarquia da Fórmula 1.
“Infelizmente, acho que ainda é cedo para dizer onde estamos”, disse Vowles. “Ayao (Komatsu, chefe da Haas) ao meu lado está rodando com todo o combustível dele e provavelmente todo o combustível da Ferrari também, se eu olhar para os tempos de volta.”
Vowles destacou que a grande variação de cargas de combustível e níveis de potência usados pelas equipes nos testes impede uma análise clara do verdadeiro desempenho de cada uma. Ele acredita que só será possível saber a ordem real do grid no fim de semana do Grande Prêmio da Austrália.
“O que estamos vendo, e isso é algo positivo, é que a diferença entre as equipes é, na maioria dos casos, por conta da carga de combustível e dos modos de potência. Isso significa que o esporte está ficando cada vez mais equilibrado, mas não será um Bahrein frio e nublado que nos dirá a ordem real. Só vamos saber quando chegarmos a Melbourne.”
Albon também vê Haas como forte candidata no meio do grid
Alex Albon compartilha da mesma percepção de Vowles e acredita que a Haas pode estar escondendo o jogo antes da primeira corrida do ano. O anglo-tailandês reconhece que é difícil definir uma hierarquia no meio do grid devido aos diferentes programas de testes adotados pelas equipes.
“É difícil dizer porque cada equipe teve um plano de testes diferente”, explicou Albon. “A Haas se compromete a seguir um estilo específico de programa e, por isso, é difícil saber exatamente onde eles estão. Mas sabemos que vão ser fortes.”
Komatsu admite que Haas está na disputa, mas não revela posição exata
O chefe da Haas, Ayao Komatsu, reconheceu que sua equipe está competitiva no pelotão intermediário, mas evitou cravar um posicionamento exato antes da primeira corrida.
“A Williams parece rápida”, disse Komatsu. “A Alpine também parece rápida. Acho que estamos dentro dessa disputa, mas não sei exatamente onde estamos. É um grupo muito equilibrado.”
Komatsu reforçou que a Haas não fez simulações de classificação nos testes, o que deixa a real posição da equipe em aberto. No entanto, ele minimizou a importância de saber se o time está mais perto da quinta ou da oitava posição antes do GP da Austrália.
“Mesmo se eu soubesse que estamos em quinto ou oitavo, o que eu faria antes da Austrália? Nada mudaria. Se tivéssemos novas peças planejadas, iríamos levá-las de qualquer forma”, afirmou.
Ocon reforça que Haas focou no essencial nos testes
O novo piloto da Haas, Esteban Ocon, concordou com Komatsu e afirmou que os testes não eram o momento certo para mostrar o verdadeiro desempenho da equipe.
“Até irmos com tudo na classificação em Melbourne, não saberemos se vamos surpreender ou não”, disse Ocon. “O mais importante é que estamos focados nas coisas certas. Já identificamos os pontos fortes e fracos do carro, e isso é o essencial para nós.”
Ocon destacou que a Haas está se preparando para a temporada de forma estratégica, sem se preocupar com comparações diretas nos testes. “Claro que sempre há curiosidade para ver como estamos em relação aos outros, mas esse não era o momento certo para isso. Concordo com a equipe e com os objetivos que estamos tentando alcançar. Tudo tem seu tempo.”
Após terminar a temporada de 2024 em sétimo lugar no Campeonato de Construtores, a Haas busca consolidar seu crescimento e pode ser uma das surpresas de 2025. Enquanto a Williams brilhou nos tempos de volta, a Haas optou por uma abordagem mais discreta, deixando dúvidas sobre seu verdadeiro potencial.