Pierre Gasly não esconde sua perplexidade com o salto de desempenho da McLaren na temporada 2023 da Fórmula 1, mas acredita que sua equipe, a Alpine, tem potencial para replicar esse progresso nos próximos anos.
Apesar de conquistar um pódio em Zandvoort, a Alpine teve uma temporada abaixo do esperado no ano passado, caindo para o sexto lugar no campeonato de construtores, superada por Aston Martin e McLaren.
“Olho para a temporada com sentimentos mistos”, afirmou Gasly à Auto Motor und Sport. “As expectativas eram maiores. Queríamos construir sobre o que a equipe alcançou no ano anterior e pelo menos terminar em quarto. Infelizmente, o carro não correspondeu às nossas expectativas. Ou os outros simplesmente fizeram um trabalho melhor. McLaren e Aston Martin nos ultrapassaram claramente.”
Ao analisar os motivos do desempenho frustrante, Gasly apontou para a falta de potência do motor Renault como um fator que limitou a competitividade da Alpine. Além disso, ele criticou o departamento de aerodinâmica de Enstone por não atingir as metas de desenvolvimento durante a temporada.
“Somos carentes de potência, principalmente quando se trata de energia elétrica. Em termos de desenvolvimento aerodinâmico, perdemos nossos objetivos de avanço”, disse ele. “Fizemos alguns bons upgrades, mas não foi nada comparado à McLaren, por exemplo. A Aston Martin teve um início de temporada melhor do que nós. Nos aproximamos em algumas corridas no final do ano, o que mostra que melhoramos, mas não tanto quanto gostaríamos”, acrescentou.
Para Gasly, a McLaren, que começou a temporada lutando para sair do Q1 e depois se transformou em uma candidata regular ao pódio, serve como uma fonte de inspiração para a Alpine.
“A McLaren é um mistério para nós”, afirmou. “Eles estavam a dois segundos da pole na Arábia Saudita e terminaram com um carro que poderia brigar pela pole ou pela primeira fila do grid. Vejo essa ascensão em apenas seis meses como um estímulo para nossa equipe. Isso mostra que é possível. Mesmo sob o teto orçamentário. Com as pessoas que temos em Enstone e Viry, isso também deve ser possível para nós.”
Visando 2024, Gasly afirma que recuperar o quarto lugar entre os construtores é o objetivo da Alpine, mas reconhece a dificuldade da missão.
“Gostaríamos de recuperar o quarto lugar como equipe. Não será fácil porque a diferença para o quarto time é bem grande no momento. Nem dá para dizer com certeza quem tem o quarto carro mais rápido. Às vezes é a Ferrari, às vezes a Mercedes, às vezes a McLaren.”
“De qualquer forma, devemos ser capazes de encurtar a distância para os carros à nossa frente. Independentemente de onde terminarmos, devemos ser capazes de lutar pelo top 5 e pelo pódio mais do que apenas duas vezes”, afirmou o francês.
Apesar do desempenho da equipe, Gasly se diz satisfeito com sua própria performance individual em seu primeiro ano fora da Red Bull (AlphaTauri na verdade), superando Esteban Ocon, seu companheiro de equipe, por quatro pontos.
“Sabia que seria um ano desafiador para mim”, disse ele. “Depois de dez anos na família Red Bull, corri por outra equipe pela primeira vez. Sabia que seria muito trabalho, muito esforço e tempo para me encontrar. Isso é um aspecto positivo. Consegui rapidamente me firmar na equipe e apresentar boas performances. Mesmo no início da temporada, quando a colaboração não estava funcionando tão bem quanto eu queria. Na terceira corrida em Melbourne, já estava lutando por um top 5.”
“A equipe rapidamente entendeu o que eu precisava e o que queria do carro. Isso acabou nos levando a ser extremamente eficientes no segundo semestre da temporada. O carro não era rápido o suficiente, mas aproveitamos o melhor dele na maior parte do tempo”, finalizou Gasly.