A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) vai testar um novo modelo de ‘skid block’ (prancha sob os carros) durante o final de semana do GP da Espanha de Fórmula 1, como parte de um esforço para mitigar riscos de incêndio provocados por faíscas em áreas de grama seca.
Desde 2015, os carros da F1 utilizam peças de titânio como ‘skid blocks’, gerando as conhecidas faíscas. No entanto, o atual regulamento permite que os carros andem mais próximos do chão, o que aumentou a quantidade de faíscas, levando a incidentes como os que ocorreram em Suzuka, no Japão, em abril. Na ocasião, a combinação entre faíscas e grama seca resultou em pequenos focos de incêndio, forçando a direção de prova a interromper as atividades com bandeiras vermelhas durante os treinos livres.
A alternativa proposta pela FIA envolve o uso de ‘skid blocks’ de aço, que atingem temperaturas mais baixas em comparação ao titânio e, portanto, oferecem menor risco de provocar incêndios ao contato com vegetação seca.
Os testes começarão nesta sexta-feira em Barcelona, com a expectativa de que cada equipe utilize um dos carros equipado com o novo componente. O desempenho e o desgaste dessas peças serão avaliados para determinar a viabilidade da adoção obrigatória nas próximas etapas.
Apesar da iniciativa, a proposta foi recebida com ceticismo pelas equipes durante a última reunião da Comissão da F1. As principais preocupações giram em torno do aumento de peso e do desgaste acelerado do ‘skid block’ de aço, além da possibilidade de obrigar as equipes a aumentarem a altura do carro em relação ao solo, fator que pode afetar significativamente o desempenho e o equilíbrio.
Caso os testes em Barcelona sejam bem-sucedidos, o novo componente poderá ser introduzido em pistas como Silverstone, Red Bull Ring e o Circuito Gilles Villeneuve. Já nos circuitos do Azerbaijão, Singapura, Las Vegas, Catar e Abu Dhabi, ainda seria utilizado o ‘skid block’ de titânio.
Embora também tenham sido consideradas soluções como borrifar água ou produtos retardantes de chamas nas áreas de grama, a FIA optou por seguir com os testes na pista como primeiro passo para resolver o problema de forma mais definitiva.