F1: FIA confirma legalidade do sistema de freios da McLaren

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) deu aval ao inovador sistema de freios traseiros da McLaren, após uma série de inspeções recentes, incluindo uma análise mais aprofundada realizada na noite de domingo, após o GP de Miami de Fórmula 1. O design, que tem chamado atenção pelo controle eficiente da temperatura dos pneus traseiros, foi considerado inteligente, porém totalmente legal.

O ótimo desempenho da McLaren em Miami, onde conquistou uma expressiva dobradinha com Lando Norris e Oscar Piastri, levantou questionamentos entre algumas equipes concorrentes sobre a origem do ganho de desempenho, em especial no gerenciamento térmico. A especulação se concentrou no resfriamento externo do freio traseiro, o que ajudaria a controlar a temperatura da roda e, consequentemente, do pneu.

A incerteza sobre o funcionamento exato da solução adotada pela McLaren, levou alguns adversários, principalmente a Red Bull Racing, a sugerirem que a equipe poderia estar operando em uma possível zona cinzenta do regulamento. Informações indicam que imagens térmicas obtidas pela Red Bull e entregues à FIA mostravam áreas frias incomuns nos freios da McLaren. Ainda assim, não houve nenhuma solicitação oficial para alteração do sistema.

O CEO da equipe de Woking, Zak Brown, foi direto ao ser questionado pelo site The Race em Miami, se a FIA havia solicitado qualquer mudança no carro: “Não. Nada.”

Fontes indicam que, após a dobradinha da McLaren na corrida, os comissários da FIA realizaram uma verificação completa dos dutos, freios e tambores do carro, como parte dos procedimentos de inspeção física extensiva aplicados a um carro escolhido em cada prova. Embora não haja documentação formal até o momento, a ausência de notificações ou questionamentos após a checagem aponta para a conformidade total do sistema.

Andrea Stella, chefe da equipe, elogiou o trabalho dos engenheiros da McLaren, destacando o esforço feito durante entre as temporadas, focado no gerenciamento dos pneus. “Quero aproveitar para elogiar o trabalho feito pelos engenheiros. Eles identificaram os fatores e os desenharam de forma prática para alcançar esse tipo de benefício. É um domínio de algo que ainda parece uma arte obscura na F1”, disse ele.

Stella afirmou que os avanços são fruto de um trabalho de engenharia bem direcionado. “Se me perguntassem antes da temporada, eu diria que investimos em melhorar a interação com os pneus, mas não esperava que o impacto fosse tão grande como vimos nessa corrida.”

Toto Wolff, chefe da Mercedes, também comentou o assunto e foi enfático ao dizer que o desempenho da McLaren não levanta suspeitas. “A equipe do Zak, Andrea e Rob Marshall é composta por pessoas íntegras. Eles simplesmente fizeram um bom trabalho. Na minha opinião, está totalmente dentro das regras. Quando alguém faz um trabalho melhor que o seu, a resposta não pode ser acusar de trapaça. Precisamos melhorar e não ficar 30 ou 35 segundos atrás após 55 voltas”, afirmou Wolff.

Até mesmo Christian Horner, da Red Bull, reconheceu que não há irregularidades na solução da McLaren. Questionado sobre a possibilidade de protesto, respondeu: “Não estamos denunciando ou sugerindo que há algo ilegal no carro. A McLaren é o destaque do momento. Estão fazendo um ótimo trabalho no controle de temperatura, principalmente no final do stint com os pneus médios. É nisso que precisamos focar”, concluiu.

Com a FIA respaldando o projeto e os concorrentes admitindo a legalidade, a McLaren segue firme com sua inovação técnica, um diferencial que pode continuar sendo decisivo nas próximas etapas da temporada 2025.

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