A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sinalizou apoio à proposta feita por Zak Brown, CEO da McLaren, que sugere punições financeiras a equipes que apresentem acusações sem fundamento técnico contra concorrentes na Fórmula 1. A iniciativa surgiu após a Red Bull Racing levantar dúvidas sobre a legalidade do carro da McLaren após o GP de Miami.
Na ocasião, Oscar Piastri liderou uma dobradinha da equipe britânica, com ambos os carros cruzando a linha de chegada com mais de 37 segundos de vantagem sobre o terceiro colocado, George Russell, da Mercedes. O desempenho gerou questionamentos por parte da Red Bull, especialmente quanto à capacidade do MCL39 de gerenciar a temperatura dos pneus.
Rumores antigos alegavam que a McLaren poderia estar usando pequenas quantidades de água para resfriar os pneus, algo negado e nunca comprovado. Em tom irônico, Brown apareceu ao vivo em Miami segurando uma garrafa rotulada como ‘água de pneu’, zombando das suspeitas.
A resposta veio de Christian Horner, chefe da Red Bull, que ironizou a atitude de Brown ao dizer que poderia enviar uma bebida energética da equipe caso ele precisasse de energia. Apesar da troca de provocações, o dirigente da McLaren voltou a tratar o assunto com seriedade, propondo uma multa de £25 mil (cerca de R$160 mil) aplicada ao teto orçamentário das equipes que fizerem denúncias infundadas.
O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, apoiou a sugestão, mas defendeu que o valor da penalidade seja dobrado. “Você não pode simplesmente acusar alguém sem um protesto formal por escrito. E para protestar, deve ser preciso pagar”, afirmou em entrevista à AP.
Ben Sulayem também afirmou estar reavaliando se penalidades do tipo devem ou não impactar diretamente o limite orçamentário. O dirigente reconheceu que o controle de gastos se tornou uma dor de cabeça para a FIA e não descartou mudanças futuras, embora defenda o princípio da regra.
Além do embate entre Red Bull e McLaren, a FIA também lida com discussões sobre o código de conduta dos pilotos. O presidente reforçou que a proibição de palavrões em entrevistas oficiais será mantida, apesar das críticas públicas de George Russell, diretor da GPDA, a associação dos pilotos.
Essas decisões de Ben Sulayem acontecem em meio à movimentação para a próxima eleição presidencial da FIA, prevista para 12 de dezembro. Relatos indicam que Carlos Sainz Sr., multicampeão de Rally e pai do piloto da Williams, Carlos Sainz Jr., pode ser um possível candidato à sucessão, embora ainda não haja anúncio oficial sobre os prazos para as candidaturas.