A estreia de Lewis Hamilton na Ferrari não tem correspondido às expectativas até o momento na temporada 2025 da Fórmula 1. Superado de forma consistente por Charles Leclerc nas primeiras corridas da atual temporada, o britânico vem enfrentando dificuldades para se adaptar ao carro da equipe de Maranello, algo que segundo Rob Smedley, ex-engenheiro de corrida da Ferrari, pode ser explicado por características técnicas do SF-25.
“Esse carro não é fácil de pilotar e definitivamente não favorece o estilo do Lewis”, afirmou Smedley no podcast F1 Nation. “Charles consegue se adaptar melhor em uma volta lançada. Em curvas de média para alta velocidade, é essencial ter um eixo traseiro muito sólido. E vimos no passado que, quando o Lewis não tem essa estabilidade traseira para confiar, ele sofre.”
Hamilton já havia demonstrado frustração após a etapa de Jeddah, dizendo que ‘não há solução à vista’ para os problemas. O desempenho abaixo do esperado se repetiu em Miami, onde o carro apresentou desempenho discreto e a equipe ainda protagonizou um episódio controverso envolvendo ordens de equipe.
Durante a corrida em Miami, Hamilton, que estava com pneus médios mais rápidos, pediu para ultrapassar Leclerc. A decisão da Ferrari demorou várias voltas, o que acabou comprometendo a estratégia. No rádio, Hamilton chegou a ironizar a demora da equipe. Quando a ordem foi enfim dada, os pneus do britânico já haviam perdido rendimento.
Smedley, que viveu situação semelhante na Ferrari ao dizer a famosa mensagem ‘Fernando is faster than you’ para Felipe Massa em 2010, comentou sobre a indecisão do time. “Já estive nessa posição. Às vezes o piloto pede algo que, para ele, parece óbvio, mas há muita análise envolvida”, disse ele. “Fred (Vasseur, chefe da equipe) mencionou que foi apenas uma volta e meia para decidir. Mas com estratégias diferentes entre os dois pilotos, o ideal é estar melhor preparado para essas situações no futuro”.
Em relação às limitações do SF-25, Smedley acredita que não há soluções imediatas. “Acho que falta performance geral. Não há uma única coisa que vá transformar esse carro em algo competitivo da noite para o dia. São pequenos ganhos, margens de dois a três décimos que precisam ser encontrados para melhorar o desempenho em sessões de classificação e corridas”, acrescentou.
Mesmo com as dificuldades, o ex-engenheiro destacou que este é o momento em que a equipe precisa mostrar sua capacidade de reagir: “Agora é a hora de ver a verdadeira força da Ferrari. Eles estão onde estão, e a questão é se conseguirão sair dessa situação com trabalho e evolução contínua”, encerrou Smedley.
GP do Canadá