Com o retorno ao Bahrein, a Fórmula 1 enfrenta clima quente e degradação térmica elevada. Entenda como a mudança de cenário pode impactar estratégias e desempenho no GP de Sakhir 2025.
Após um fim de semana chuvoso e frio no Japão, a Fórmula 1 desembarca em Sakhir, no Bahrein, para a quarta etapa da temporada 2025. A mudança climática é significativa: as temperaturas máximas saltam de menos de 20°C para cerca de 30°C, um fator que terá impacto direto no comportamento dos pneus, elemento decisivo no desfecho da corrida.
A pista do Circuito Internacional do Bahrein já é bem conhecida pelas equipes, principalmente porque sediou os testes de pré-temporada. Com 3.897 voltas registradas em 24 horas de tempo de pista, os dados colhidos serão fundamentais para o acerto dos carros. Porém, as condições meteorológicas mais quentes deste fim de semana diferem bastante do clima mais ameno e ventoso observado durante os testes de fevereiro.
Com isso, os pneus da gama mais dura da Pirelli — C1, C2 e C3 — voltam a protagonizar os debates estratégicos. A análise prévia indica uma possível revalorização do composto C2, mais macio em 2025, o que pode abrir caminho para estratégias alternativas, incluindo até a possibilidade de apenas uma parada. Ainda assim, a degradação térmica será um fator crítico, especialmente em função do abrasivo asfalto de Sakhir e da exigência sobre o eixo traseiro.
O fenômeno da degradação térmica, irreversível quando comparado ao simples superaquecimento, pode determinar o momento ideal para a troca de pneus. A escolha do momento exato para cada parada pode ser decisiva. Em 2024, todas as equipes optaram por duas ou três paradas, com preferência pelos compostos C3 e C1. A superioridade técnica da Red Bull permitiu até mesmo que Verstappen e Perez encerrassem a corrida com pneus mais macios, uma ousadia difícil de repetir neste ano com as novas características dos compostos.
A pressão mínima dos pneus também foi ajustada após os testes. Os valores foram elevados para 23 psi na dianteira e 21 na traseira, representando um aumento em relação tanto à corrida de 2024 quanto aos testes de pré-temporada. Essa medida visa equilibrar o desempenho diante da maior carga térmica esperada neste fim de semana.
A pista de Sakhir, com seus 5,412 quilômetros e 15 curvas, é conhecida pela alta exigência nos freios e na tração. Pontos de ultrapassagem são comuns nas curvas 1, 4 e 11, o que pode trazer emoção extra à corrida. Ainda que o desgaste e a granulação dos pneus não sejam os principais vilões, a degradação térmica promete ser um elemento decisivo, impactando diretamente o rendimento em stints mais longos.
Por fim, o Bahrein tem uma rica história na Fórmula 1 desde sua estreia em 2004. É uma pista em que a experiência conta. Hamilton, com cinco vitórias e 11 pódios, é o maior vencedor, seguido por Alonso, Verstappen e Leclerc. Ferrari e Mercedes dividem o protagonismo entre as equipes, em uma pista que já viu diferentes traçados e situações climáticas ao longo dos anos.
O F1MANIA.NET acompanha o GP do Bahrein ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.