F1: Estratégia e desgaste dos pneus devem definir corrida no Bahrein 2025

A Fórmula 1 se prepara para mais uma corrida desafiadora neste domingo (13), com o GP do Bahrein 2025 prometendo ação intensa do início ao fim. Com três zonas de DRS, temperatura elevada da pista e expectativa de desgaste elevado dos pneus, a estratégia será peça-chave para definir o vencedor em Sakhir, mais até do que a posição no grid de largada.

Oscar Piastri, da McLaren, larga da pole position pela segunda vez na temporada, mas ao contrário do que se viu em edições anteriores, a corrida deste ano deve oferecer um leque maior de opções estratégicas. Isso acontece não apenas pelas características do circuito, mas também pela escolha de compostos da Pirelli, que trouxe os pneus C1, C2 e C3 para esta etapa.

F1: Estratégia e desgaste dos pneus devem definir corrida no Bahrein 2025

A previsão mais comum é de duas paradas, mas o uso dos três compostos – macio, médio e duro – está em jogo. Ao menos 11 pilotos, incluindo as duplas de McLaren e Ferrari, têm à disposição dois jogos de pneus médios e um de duros, e devem apostar na sequência macio-médio-médio, com janelas de pit stops entre as voltas 10-16 e 32-38.

“Estamos monitorando a queda de desempenho dos pneus. A temperatura da pista caiu no sábado e deve cair mais neste domingo. Com isso, a estratégia de uma parada voltou a ser considerada”, explicou Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli. “Será difícil, mas não impossível. O desgaste segue elevado, mas os ajustes nos parâmetros mínimos de pressão ajudam nesse sentido.”

A estratégia de uma parada exigiria um gerenciamento extremamente cuidadoso, especialmente em stints com pneus duros, e a Pirelli acredita que o plano médio-duro, com parada entre as voltas 22 e 28, pode ser uma opção viável para pilotos mais conservadores ou que buscam surpreender.

Outro fator que reforça a cautela é o desgaste dos pneus traseiros. O GP do Bahrein tem histórico de castigar essa parte dos carros, e a influência do vento, que sopra com força em trechos decisivos do traçado, pode piorar a situação. A corrente vinda do Golfo, conhecida como Shamal, impõe forte resistência na freada da Curva 1 e dificulta a estabilidade do carro entre as curvas 1, 4 e 11 – pontos críticos para quem tenta manter os compostos em boas condições.

A McLaren aparece como favorita, com ritmo forte demonstrado ao longo do fim de semana, principalmente em ritmo de corrida. A previsão é que Piastri e Norris sigam estratégias semelhantes, priorizando o uso dos pneus médios. No entanto, Norris larga apenas da sexta posição, atrás de Mercedes, Ferrari e até da Alpine, o que pode obrigar o time de Woking a reagir com estratégias mais agressivas para permitir a recuperação do líder do campeonato.

Os dois pilotos da Mercedes – George Russell e Kimi Antonelli – estão entre os que têm apenas um jogo de pneus médios e um de duros disponíveis, o que pode forçá-los a adotar combinações alternativas, como o plano macio-duro-médio ou até mesmo dois stints com pneus macios e um final com duros. Eles estão atentos também ao chamado “undercut”, que pode se tornar uma arma poderosa em caso de pit stops antecipados no início do segundo stint.

Max Verstappen, que larga da sétima colocação, é outro que pode surpreender. O tetracampeão é o único no grid com dois jogos de pneus duros disponíveis para a corrida, o que sugere que a Red Bull pode optar por duas passagens mais longas com esse composto, mesmo que ele não tenha se mostrado dos mais aderentes até agora em Sakhir.

F1: Estratégia e desgaste dos pneus devem definir corrida no Bahrein 2025

A temporada 2024 viu estratégias bastante conservadoras, com praticamente todo o grid apostando em stints com pneus macios e duros. Na ocasião, Verstappen venceu com tranquilidade e marcou um grande chelem, liderando todas as voltas. Mas o cenário agora é diferente: o calor, as novas características dos compostos e o comportamento dos carros sugerem uma corrida mais aberta e imprevisível.

As chances de chuva são nulas, mas o clima segue sendo um fator. Se a temperatura da pista continuar caindo, como aconteceu ao longo do fim de semana, as estratégias mais conservadoras ganham força. Por outro lado, qualquer aumento inesperado na degradação pode forçar mudanças em tempo real, exigindo reflexos rápidos das equipes no pit wall.

Com tantas variáveis em jogo, o GP do Bahrein promete uma disputa estratégica até a última volta – e talvez não seja a pole position que definirá o vencedor.

O F1MANIA.NET acompanha o GP do Bahrein ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.

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