F1: Entre a estratégia e o espetáculo, F1 chega ao limite em GP de Mônaco artificial; veja a análise

A Fórmula 1 decidiu testar em Mônaco uma nova proposta: dois pit stops obrigatórios, numa tentativa clara de criar mais movimentação em um dos circuitos mais travados do calendário. E se a intenção era tornar a prova menos monótona, em certo sentido, ela funcionou. Mas o custo foi alto.

O que vimos no domingo (25) foi uma corrida artificial, em que o verdadeiro desafio do Principado — a simbiose entre piloto, máquina e o limite físico do traçado — foi diluído em estratégias lentas, controle de ritmo e gestão de tráfego. Poucos acidentes, nenhuma bandeira vermelha e uma sensação de que o coração esportivo de Mônaco havia sido substituído por um jogo de xadrez sem ousadia.

Boa parte do pelotão andou em ritmo deliberadamente reduzido para possibilitar as paradas duplas, evidenciado por casos claros como o de Liam Lawson segurando o pelotão no início para beneficiar Isack Hadjar, ou a Williams fazendo o mesmo com Albon e Sainz. Até a Mercedes, claramente uma das equipes mais prejudicadas, precisou adotar essa estratégia defensiva após ser travada por Racing Bulls e Williams.

O resultado foi uma corrida pouco fluida, com Verstappen apostando tudo em um safety car que nunca apareceu — e que, na prática, teria que ser uma bandeira vermelha para ele vencer. A corrida teve mais ação do que anos anteriores? Sim, especialmente no meio do pelotão. Mas, na frente, tirando Hamilton, os três primeiros colocados cruzaram a linha exatamente como largaram: Norris, Leclerc e Piastri. O que coloca em dúvida a efetividade da regra, pelo menos no que diz respeito à briga pela vitória.

No fim das contas, o GP de Mônaco 2025 escancarou a linha tênue entre o que é esporte e o que é entretenimento na Fórmula 1 moderna. Há um equilíbrio delicado entre manter viva a essência do automobilismo e aplicar recursos que possam prender a atenção do espectador — e essa corrida mostrou que, se mal calibrado, o resultado pode agradar em partes, mas deixar um gosto de artificialidade no ar.

O glamour do Principado continua presente nas imagens, mas o espírito esportivo que o consagrou como um dos maiores desafios do calendário parece ter ficado em segundo plano neste experimento de domingo.

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