A pauta principal do GP da Espanha já foi definida. A mudança na diretriz técnica que altera a abertura das asas flexíveis dianteiras é o assunto do fim de semana. Vista como esperança para algumas equipes e indiferença para outras, a medida imposta pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) visa equilibrar mais o grid da temporada 2025, dominada pela McLaren. Mas, afinal, como será aplicada essa regra?
Até então, os testes eram feitos com uma força de 1000N aplicada verticalmente em dois pontos ao longo do aerofólio para verificar a flexão das asas dianteiras. Quando a carga era aplicada em dois lados, era permitido que a asa flexionasse 15 mm. Em um lado só, o limite era de 20 mm.
Agora, quando os testes forem feitos, os limites serão 5 mm menor em cada caso. Ou seja, com carga dos dois lados, o limite passa a ser 10 mm, enquanto em um lado só 20 mm. Além disso, um teste adicional será aplicado no flap, parte móvel da asa dianteira. Antes, com uma carga de 60N, essa parte poderia se mover até 5 mm. Agora, só poderá 3 mm.
A medida é uma forma de impedir que as equipes ganhem vantagem fora das regras, já que quanto maior a flexibilidade, melhor o desempenho aerodinâmico dos carros. Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, explicou o motivo da diretriz ser implementada somente agora:
“Concluímos que os testes precisavam ser mais rígidos, mas essa análise foi finalizada tarde no ano passado. Introduzir as mudanças no início desta temporada forçaria as equipes a descartarem asas já produzidas, gerando custos extras. Por isso, optamos por adiar a implementação.”
Mais cedo na temporada, algo parecido foi implementado no GP do Japão, só que nas asas traseiras. A FIA promete checagens rigorosas após os treinos e antes da corrida, além de testes aleatórios após a prova. O objetivo é evitar que as equipes usem componentes diferentes entre as inspeções e as corridas.
Para Christian Horner, chefe da Red Bull, a mudança pode gerar um impacto positivo na temporada, permitindo que mais equipes se aproximem da McLaren. Já Andrea Stella, chefe da equipe de Woking, afirma que seus pilotos não devem sentir o impacto da mudança. Enquanto isso, a Ferrari prefere não criar expectativas, com Charles Leclerc se mantendo realista sobre a possibilidade dos efeitos serem neutros.