F1: Entenda o desafio dos engenheiros para encontrar o melhor setup no GP da Áustria

O GP da Áustria, disputado no Red Bull Ring, oferece um dos maiores desafios técnicos para os engenheiros da Fórmula 1 ao longo da temporada. Com uma volta extremamente curta — pouco mais de um minuto no cronômetro —, qualquer falha mínima no acerto do carro pode comprometer toda a performance. E é justamente por isso que Spielberg exige um trabalho minucioso na busca pelo equilíbrio ideal entre aderência, estabilidade, tração e eficiência aerodinâmica.

O traçado austríaco é singular: apenas dez curvas, três zonas de DRS, grandes variações de altitude e mudanças rápidas de direção. O primeiro setor é marcado por subidas e retas longas, enquanto o trecho intermediário concentra zonas intensas de frenagem e curvas de baixa velocidade. Já o último setor exige estabilidade em curvas de alta, como a 9 e a 10. Isso obriga os engenheiros a encontrar um compromisso entre diferentes demandas: o carro precisa ter tração nas saídas de curvas lentas, mas não pode perder velocidade nas curvas de alta.

Outro fator que complica o setup é a combinação entre as zebras altas e o asfalto abrasivo. As zebras do Red Bull Ring são conhecidas por seu potencial destrutivo — especialmente nas saídas das curvas 1, 6 e 7 — e exigem um cuidado especial com a altura do carro e a robustez do sistema de suspensão. Um erro na calibragem pode afetar não só o desempenho como também a confiabilidade mecânica. Além disso, pontos como as curvas 3 e 4 apresentam inclinação lateral que pode levantar uma roda do chão e comprometer frenagem e tração.

As altas temperaturas do asfalto, que podem superar os 50°C, aumentam o risco de superaquecimento dos pneus, principalmente no eixo traseiro, e reduzem a janela operacional ideal — tanto para compostos quanto para os freios. É comum que os freios não tenham tempo suficiente para resfriar, forçando os engenheiros a priorizarem a refrigeração, o que por sua vez dificulta o aquecimento dos pneus dianteiros, especialmente em voltas de classificação.

Nesse cenário, a escolha dos níveis de downforce e o ajuste da suspensão se tornam ainda mais críticos. Qualquer desequilíbrio pode penalizar o tempo de volta em um circuito onde as margens são apertadas e os erros custam caro. Para os engenheiros, o GP da Áustria é um quebra-cabeça de múltiplas peças: curto, técnico, exigente e implacável com quem não acerta na mosca.

Resumindo, o setup ideal deve contemplar:
Aderência mecânica em baixa: curvas lentas exigem boa tração e saída precisa;
Estabilidade aerodinâmica em alta: curvas 6–7 e 9–10 pedem fluidez e pouca instabilidade;
Gestão térmica: pneus e freios bem refrigerados, estabilizados na faixa ideal;
Suspensão robusta: para lidar com os kerbs sem prejudicar a dinâmica.

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