F1: Claire Williams admite ter vendido vagas na equipe por falta de recursos

Claire Williams, ex-chefe e sócia da equipe Williams, revelou em entrevista como a crise financeira levou a equipe a vender vagas para pilotos pagantes. A ex-dirigente afirmou, no podcast ‘Business of Sport’, que durante seus últimos anos no comando da equipe, a falta de recursos afetou diretamente a capacidade de contratar pilotos de alto nível, forçando-a a recorrer a pilotos que traziam patrocínios.

A Williams, uma das equipes mais bem-sucedidas e tradicionais da história da Fórmula 1, enfrentou dificuldades a partir de 2017, após a saída de Valtteri Bottas para a Mercedes e a aposentadoria de Felipe Massa. A chegada de Lance Stroll e Sergey Sirotkin marcou o início de uma fase em que a equipe não conseguia mais pagar salários competitivos. Claire comentou a sensação desconfortável de não poder oferecer remunerações justas aos pilotos.

“Nos meus primeiros anos, eu tinha orçamento para pagar os pilotos. Eu tinha Massa e Bottas, e a expectativa era de que você pagasse bem. Nos últimos anos, não estávamos realmente pagando nossos pilotos, o que não é algo agradável”, disse Claire. “Alguns times na Fórmula 1 não pagavam seus pilotos grandes quantias nesse período, 2017, 2018, 2019. Era bem menos de um milhão, cerca de 100, 150 mil dólares.”

Segundo Claire, uma das medidas necessárias para manter a equipe foi vender as vagas de piloto. “Infelizmente, tivemos que trazer pilotos pagantes. Quando as coisas não vão bem, uma das opções que você tem é vender um lugar”, acrescentou.

A situação levou a equipe a terminar as temporadas de 2019 e 2020 com apenas um ponto conquistado. Em 2020, a equipe foi comprada pela Dorilton Capital, e Claire anunciou sua saída logo após a aquisição. Sob nova gestão, liderada por James Vowles, a equipe busca se reerguer. Para a próxima temporada, a Williams contará com Alex Albon e o experiente Carlos Sainz, que chega após passagem pela Ferrari.

Claire destacou que, apesar das dificuldades, a equipe sempre tentou fazer o que era certo. “Foi um período muito difícil, mas tentamos manter a ética de dar alguma remuneração aos pilotos, mesmo que fosse simbólica”, finalizou a ex-chefe e proprietária da equipe Williams.

O F1MANIA.NET acompanha ‘in loco’ todas as atividades do GP de Singapura com o jornalista Rodrigo França.



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