Durante a sexta-feira do GP da Espanha 2025 de Fórmula 1, Christian Horner (Red Bull), Flavio Briatore (Alpine) e Mario Isola (Pirelli) participaram de uma coletiva de imprensa, abordando temas como os efeitos da nova diretriz técnica sobre as asas dianteiras, os desafios de suas equipes, o desempenho dos pneus e até possíveis mudanças futuras na Fórmula 1.
Christian Horner, chefe da Red Bull, comentou sobre os impactos iniciais da nova diretriz técnica relacionada às asas dianteiras. “As mudanças são sutis, mas significativas. Ainda é cedo para medir o efeito total. O calor extremo em Barcelona também afeta o desempenho, especialmente do pneu dianteiro esquerdo. Os pilotos mencionaram subesterço e dificuldades de equilíbrio, mas nada muito fora do comum para uma sexta-feira”, explicou.
Horner ressaltou que o verdadeiro impacto será melhor avaliado nas simulações de corrida e classificação. Apesar do bom histórico da Red Bull em Barcelona, com Max Verstappen vencendo as últimas três edições do GP, o chefe da equipe apontou a McLaren como favorita neste fim de semana: “Eles vêm muito fortes desde o início do ano. Precisamos tirar pontos deles e manter o contato na disputa pelo campeonato.”
Flavio Briatore, conselheiro executivo da Alpine, avaliou seu retorno à categoria e os dez meses desde sua nomeação. “Estamos reconstruindo a equipe passo a passo. A Alpine passou por muitas mudanças nos últimos anos. Nosso foco agora é 2026, com uma nova unidade de potência e câmbio da Mercedes-Benz. Em 2025, seguimos preparando terreno para ser mais competitivos e, quem sabe, disputar o título em 2027.”
Sobre a saída de Ollie Oakes do cargo de chefe de equipe, Briatore foi direto: “Sentimos muito pela saída dele. Era um bom chefe de equipe. Estamos avaliando com calma quem será o substituto. Não queremos errar.”
Questionado sobre rumores envolvendo Mick Schumacher como possível piloto da Alpine, Briatore se esquivou: “Não é o momento de falar sobre isso.” Sobre Franco Colapinto, que participou de algumas provas pela equipe, afirmou: “Vamos analisar o desempenho dele ao longo do fim de semana. Nada está definido. Se ele mostrar performance, continua no carro.”
Já Mario Isola, da Pirelli, falou sobre a introdução do composto C6 e as estratégias futuras da fornecedora de pneus. “Recebemos retornos mistos sobre o C6, o que é normal para um novo composto. Ele é próximo ao C5, mas eu gostaria que fosse uma escolha mais agressiva. Ainda vamos coletar mais dados, especialmente no GP do Canadá.”
Isola também comentou sobre a seleção de compostos para as próximas corridas, revelando mudanças em Silverstone e Spa-Francorchamps. “Em Spa, vamos usar C1, C3 e C4, pulando um nível. Isso cria uma diferença maior entre os compostos duros e médios, incentivando estratégias de duas paradas. Em Silverstone, vamos um passo mais macio, com C2, C3 e C4.”
Sobre a tentativa de implementar uma corrida com duas paradas obrigatórias em Mônaco, os chefes divergiram. Briatore foi crítico: “Foi uma péssima ideia. Todo mundo reduziu o ritmo para abrir janelas de pit stop e isso piorou a corrida.” Horner concordou que a corrida ainda foi travada, mas viu méritos na tentativa: “Foi uma corrida de duas metades, com mais variáveis do que em anos anteriores. Mas talvez seja hora de mudar o traçado, criar uma nova zona de ultrapassagem.”
Briatore foi ainda mais enfático ao defender que Mônaco é mais uma vitrine do que uma corrida de verdade: “É um grande evento para patrocinadores e para a imagem da Fórmula 1. O verdadeiro espetáculo acontece no sábado.”
Questionado sobre o crescimento da categoria em locais como Miami, Las Vegas e, futuramente, Madri, Briatore afirmou que a F1 vive um novo momento. “Nos anos 1990, nos EUA não havia público para Fórmula 1. Hoje, vemos jovens engajados, um público novo e global. É positivo ver esse crescimento.”
Horner ainda respondeu sobre os rumores de que teria sido sondado pela Ferrari para assumir a equipe. “É sempre lisonjeiro ser associado a outras equipes, mas meu compromisso é total com a Red Bull. Estou aqui a longo prazo. E, sinceramente, meu italiano é pior que o inglês do Flavio”, brincou.
Por fim, Mario Isola defendeu que o teto orçamentário seja ampliado para incluir também os salários dos pilotos. Briatore concordou. “Os custos subiram demais. As corridas são as mesmas, os carros são os mesmos. O teto foi uma boa medida, mas precisa evoluir.”
A coletiva desta sexta-feira evidenciou os bastidores da Fórmula 1 em 2025, em meio a uma temporada intensa e equilibrada, com McLaren em ascensão, Red Bull buscando reagir e Alpine em fase de reestruturação profunda. O GP da Espanha segue neste sábado com o TL3 e a classificação, que promete ser decisiva em um fim de semana de clima escaldante e competitividade alta.