Fernando Alonso expressou preocupação com a direção da Fórmula 1 e as poucas oportunidades oferecidas a jovens pilotos.
Um dos obstáculos apontados pelo espanhol é a falta de treinos fora dos finais de semana de corrida. Devido a restrições e ao teto orçamentário, as equipes têm pouca margem para realizar testes com pilotos novatos.
A F1 atualmente conta com dez equipes, e muitas das fabricantes já se opuseram ao aumento do grid, temendo que isso impacte na divisão de receitas ao final do ano. A recente proposta da Andretti para entrar na categoria, apesar de aprovada pela FIA, foi barrada pela categoria, garantindo a estabilidade do grid nos próximos dois anos pelo menos.
No início da década passada, a F1 chegou a ter doze equipes, e os testes fora dos finais de semana de corrida eram bem mais comuns.
“É uma pena que nenhuma equipe nova esteja chegando, o que poderia dar chances a pilotos jovens”, disse Alonso ao RacingNews365. “Mas a F1 é um esporte duro. Não há presentes. Não há muito tempo.”
Alonso sugere a volta de programas de testes com carros antigos: “Seria bom ver mais testes acontecendo. Algumas equipes grandes podem se dar ao luxo de usar um carro antigo e montar um programa para pilotos da F2, por exemplo. Kimi Antonelli vai fazer isso nesta temporada. Mas isso ainda não é uma preparação adequada.”
O teto orçamentário impede que as equipes mantenham operações separadas de testes ao longo da temporada, tornando esses programas inviáveis. Atualmente, qualquer teste com jovens pilotos precisa ser feito com carros desatualizados.
“As equipes já estão sobrecarregadas com o teto orçamentário e com toda a logística para as 24 corridas do ano. Acho que é praticamente impossível montar uma equipe de testes como no passado, para preparar um jovem piloto”, afirmou Alonso.
“Nem sequer temos mais muitos testes de pré-temporada. Mesmo colocando um novato no carro, ele teria apenas um dia e meio antes de começar um campeonato. Isso provavelmente impede que alguns chefes de equipe realmente apostem em jovens. Há muita coisa errada na F1 e às vezes levantamos a voz, esperando que alguém nos ouça”, concluiu o espanhol.