Reck Jr. (Case) poderia ter levado de Curitiba (PR), na segunda etapa da temporada da Stock Car, lembranças pouco positivas. Ele sofreu com um problema no câmbio nos treinos, teve que suportar dores na costela (em razão de um acidente de kart), largou em 32ª lugar, foi penalizado por excesso de velocidade nos boxes e ainda perdeu o difusor, o pára-choque traseiro e a asa dianteira em disputas por posições com adversários. Sem contar um pneu furado que o obrigou a fazer um pit stop logo nas primeiras voltas. Mas foi exatamente naquela corrida que o mato-grossense viveu seu melhor momento entre as quatro corridas que disputou na Stock Car: superando todos os problemas, ele foi o piloto mais rápido da prova, registrando voltas constantemente melhores que os líderes.
O ritmo de corrida foi bom o suficiente para deixar Reck Jr. muito animado com seu retorno ao circuito paranaense, marcado para o próximo domingo (24), com a disputa da quinta etapa do campeonato. O que aconteceu na primeira passagem da categoria por Curitiba foi apenas uma demonstração do que vem se tornando freqüente ao longo das etapas. “Nosso carro está sempre entre os quatro mais velozes durante as corridas. O que falta para nós é um pouco de sorte nos treinos. Só precisamos largar mais na frente para brigar por um pódio”, afirma o piloto, vice-campeão da Stock Car Light no ano passado. Com diversos problemas nas quatro provas anteriores, ele ainda não conseguiu largar entre os quinze primeiros e conseqüentemente segue sem pontuar no ano de estréia na Stock Car.
Na prova anterior, em Interlagos, um acidente em bandeira amarela com Tom Stefani impediu que Reck Jr. conquistasse o melhor resultado de sua carreira até o momento. Ele vinha fazendo uma boa corrida de recuperação e tinha possibilidades de chegar entre os dez primeiros. “O que aconteceu foi uma pena, mas mostrou que é apenas uma questão de tempo para eu marcar meus primeiros pontos”, comenta. “Vou para Curitiba com muito otimismo. Já conheço a pista e mostramos nossa força registrando a melhor volta na última corrida que disputamos naquele circuito. Temos uma boa receita, só precisamos desenvolvê-la durante os treinos para largar melhor”, analisa.
A única preocupação de Reck Jr. é com a nova situação da pista. Muita coisa mudou desde a corrida de maio. Nesta etapa, a temperatura estará mais baixa, dificultando o aquecimento e diminuindo o desgaste dos pneus. Haverá uma outra categoria na programação (a TC2000, da Argentina), o que deve deixar a pista mais emborrachada que o normal. Por último, estréia nesta etapa um apêndice aerodinâmico sobre o teto do carro, que tem por objetivo aumentar o vácuo e facilitar as ultrapassagens. “Ainda não temos a menor idéia de como será o comportamento do carro com esse apêndice. Vai interferir bastante no desempenho, mas não dá para saber qual será a influência no acerto antes de entrar na pista. Descobrir os efeitos é um trabalho a mais para todos nós”, conclui Reck Jr.