Negrão sobre adaptação para WEC: “Você tem que mudar certas coisas, até a maneira de pensar como piloto”

O atual piloto da Alpine e líder na principal categoria da WEC, André Negrão, entrou para o mundo das corridas Endurance em 2017. Antes disso, competiu na Indy Lights e realizou alguns testes na Fórmula Indy. 

Em conversa com o F1Mania.net, André comentou sobre sua adaptação para competir nas provas de longa duração.

“Na parte física, eu tava muito bem, porque estava andando na Indy Lights, fiz muitos testes de Indy, um carro bem mais duro. Nenhum dos fórmulas hoje, tirando o super fórmula do Japão, não tem direção hidráulica. É no braço mesmo, é realmente muito duro. O Endurance já tem direção hidráulica, fica bem menos cansativo. Você pode falar: ‘André tem a parte do pescoço, que você precisa treinar, as costas…’, mas é bem mais tranquilo do que eu imaginava. 

“Hoje, faço exercícios bem mais longos. Eu faço sempre exercício por tempo e não por quilometragem. No fim de semana, faço três, quatro, cinco, seis horas de bike que pra mim é muito importante.” 

“O carro é muito diferente do fórmula, onde eu estava, então você tem ar condicionado, não no carro atual, mas no LMP2 sim, porque na época que comecei era obrigatório ter um gentleman driver, uma pessoa mais velha com menos experiência, então era obrigatório ter ar condicionado dentro do carro.   

Além disso, Negrão destacou a adaptação na forma de pensar no coletivo e não no individual, como é ensinado desde pequeno aos competidores na pista. 

“Querendo ou não no fórmula a gente sempre acaba pensando em nós. Como piloto é só eu, o carro é meu, se eu fizer bem, tudo bem, se fizer mal o problema é só meu. No caso do Endurance, como divido o carro com mais duas pessoas, somos sempre em três pilotos, você tem que mudar esse primeiro approach: não pode passar em cima de zebra, não pode estragar o carro, não pode fazer um buraco no pneu, porque o outro cara vai pegar e falar: ‘o que você fez no pneu ? O carro ta parecendo um trator!’”

“Então, você tem que mudar certas coisas, até a maneira de pensar como piloto. Todo mundo começa no kart, em que é sempre você, sozinho. E quando muda pro Endurance, você pensa completamente ao contrário de tudo que você pensou no começo da sua carreira”, destacou. 

“É um negócio muito em equipe, é você pensar na equipe, até nos mecânicos, no pessoal que tá trabalhando em volta de você, nos seus companheiros de equipe”, explicou André.



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