Uma das provas mais clássicas do automobilismo mundial são às 24 horas de Le Mans. A corrida teve sua primeira edição em 26 de Maio de 1923 e contou com a participação de 34 brasileiros ao longo da história.
Entre os representados do Brasil na lendária corrida, está André Negrão. O piloto é bicampeão da etapa na categoria LMP2, com vitórias em 2018 e 2019. Em conversa exclusiva com o F1MANIA, Negrão revelou o momento mais tenso no cockpit.
“Na largada, todo mundo fica nervoso, porque todos estão juntos. Eu acho que a parte um pouquinho mais crítica é a noturna. São cerca de 60 carros na pista. Tem muito gentleman driver andando em Le Mans, tem muito convidado que vem de fora, então a pessoa não tá fazendo nenhum campeonato e é chamada pra montar um grid um pouco maior”, explicou André.
“As pessoas que estão fazendo WEC, que é minha situação, ou Europeu, já estão acostumadas com o carro, com a pista, já fizeram Le Mans. Tem alguns convidados que nunca fizeram!”
“Sempre no final da parte noturna, 2, 3, 4 horas da manhã, eu acho que é uma das partes mais críticas, do tipo: ‘Será que posso passar esse cara, será que ele tá me vendo ?’ Sempre fico pensando nos outros. A gente sempre fala isso em toda Le Mans: ‘É melhor perder 1s atrás do cara, do que ele te mandar pra brita, ou pro muro, e você perder cinco voltas nos boxes’.”
Também, Negrão enfatizou como Le Mans vai além das 24 horas da corrida propriamente dita.
“No dia da corrida, a gente acorda às 6:30 da manhã, a corrida só dá o start, às 15 horas. Então, a gente já tá acordado a muito tempo. Na verdade, não são 24 horas, são 30, 35 horas no total entre dormir picadinho, e vai nos boxes, dá entrevista, vai no pit-lane, participa da cerimônia de abertura. Todo preparativo de Le Mans é muito demorado. Então, no final tá todo mundo cansado.”
“Graças a Deus nunca peguei uma Le Mans chuvosa. Já existiram algumas, mas a maioria foi no seco, justamente por isso ela é em junho, que é um dos períodos mais secos que têm na Europa. Agora, Le Mans na chuva de noite, não quero nem imaginar como deve ser!”, brincou André.
