Merlo avalia temporada e fala de seus planos

O piloto Nelson Merlo, novo campeão da Fórmula-3 Sul-Americana, aguarda com grande expectativa o teste que fará na Indy Lights, nos Estados Unidos, pela equipe Sam Schmidt Motorsport. Merlo, que este ano disputou a F-3 pela equipe RC3 Bassani, somando 128 pontos e oito vitórias no campeonato, sendo sete delas consecutivas, faz uma avaliação de sua segunda temporada na categoria e fala sobre os planos para a carreira em 2009.

O campeonato ficou decidido logo no início da prova, quando o Pedro Enrique bateu e abandonou a corrida. Em circunstâncias normais, sua estratégia teria sido diferente, partindo para o tudo ou nada, ou você faria uma corrida de administração para garantir o título sem correr riscos?

Nelson Merlo – Antes da quarta volta, o campeonato já estava decidido, porque o Pedro precisava vencer de qualquer maneira e acho que isso seria difícil para ele naquela situação. Quando eu soube que ele estava fora, pude arriscar mais, porque seria campeão do mesmo jeito. Acabei não tendo condições de acompanhar o Denis, mas o segundo lugar foi um bom resultado.

Que aprendizado você pôde tirar de sua segunda temporada na Fórmula-3 Sul-Americana, agora como novo campeão da categoria?

NM – A Fórmula-3 é uma categoria muito importante, porque você aprende bastante sobre acerto de carro e disputa de posições. O carro que usei este ano foi o mais rápido de todas as categorias por onde já andei e acredito que pôde me dar o preparo necessário para correr em qualquer categoria de fórmula fora do Brasil.

Como você avalia a hoje F-3 Sul-Americana sob o ponto de vista técnico, tanto das equipes quanto dos pilotos?

NM – O nível técnico foi bem alto. Foi o campeonato mais difícil que já disputei, tanto que o título foi decidido apenas na última corrida. A equipe Cesário, por exemplo, teve três pilotos (Pedro Enrique, Leonardo Cordeiro e Denis Navarro) muito rápidos durante a temporada. Eu e minha equipe (RC3 Bassani) tivemos de correr atrás para nos equipararmos a eles.

Antes do encerramento da temporada, você comentou que tinha interesse em correr nos Estados Unidos, mas seu patrocinador te garantiu o apoio em outra categoria no Brasil para a temporada de 2009. Isso mudou, agora que você tem um teste garantido na Indy Lights em janeiro do próximo ano?

NM – A prioridade sempre foi tentar uma categoria de fórmula e acho que vale a pena. Vamos buscar o melhor possível no teste e conseguir algum apoio lá fora. Caso não dê certo, temos uma segunda opção no Brasil, possivelmente em uma categoria de turismo.

Você foi o único no Brasil a conquistar três títulos em categorias de fórmula no País, na F-São Paulo, F-Renault e agora na F-3 Sul-Americana. Você acredita que esse currículo poderá fazer alguma diferença na hora em que avaliarem seus testes na Indy Lights ou tudo irá depender apenas do que você fizer na pista?

NM – Obviamente o que eu fizer na pista será fundamental, mas o currículo ajuda na hora de conseguir algum apoio.

Conheça o novo campeão da F-3 Sul-Americana:

O paulista Nelson Merlo, de 25 anos, teve seu primeiro contato com o esporte a motor no kart aos 13, ao bater o recorde de uma pista de kart indoor em um desafio feito por seu pai. Seis anos depois, passou a correr de monopostos, disputando a antiga Fórmula Ford, onde foi campeão em 2003 e 2004.

No ano seguinte, sagrou-se campeão da Fórmula Renault. Sua estréia na Fórmula 3 Sul-Americana se deu em 2007, mas não pôde disputar toda a temporada por falta de patrocínio. Este ano, depois de alguns resultados razoáveis no início da temporada, o piloto da RC3 Bassani obteve uma incrível seqüência de sete vitórias consecutivas (de um total de oito) e que foram determinantes para a conquista do título de 2008.

“Felizmente, consegui manter a calma em várias etapas e tive a sorte de contar com um carro muito bom que me levou à conquista do título, graças ao excelente trabalho feito pela minha equipe”, diz o novo campeão da F-3 Sul-Americana. Merlo fala também sobre a importância da Fórmula 3 Sul-Americana para o automobilismo brasileiro. “É uma escola para se chegar às principais categorias do mundo, pois muitos pilotos têm bastante experiência e o nível técnico é muito bom.”



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